Simples Mortais: Crítica AdoroCinema

Viver não é fácil, assim como lidar com as insatisfações do dia a dia. Às vezes o descontentamento é tão grande que se transforma em uma frustração quase paralisante. É o que acontece com os três personagens principais de Simples Mortais, estreia do diretor Mauro Giuntini em longa-metragens. Tanto Jonas quanto Amadeu e Diana estão em momentos chave, estagnados na carreira e na vida pessoal, sem saber direito o que fazer. O filme não ajuda na busca pelas respostas, mas apresenta um retrato amargo da vida de cada um deles.

A começar por Jonas (Leonardo Medeiros). Professor universitário, ele enfrenta uma crise conjugal e vê, em todo lugar, tentações sexuais. Seja na internet, na rua ou na própria sala de aula. Amadeu (Chico Sant’anna) é o oposto. Solitário, trabalha como funcionário público e faz alguns bicos como músico. Vive apenas com o filho Carlos Eduardo (Eduardo Moraes), com quem tem um relacionamento instável. Já Diana (Narciza Leão) aparentemente tem uma vida mais agitada, graças ao trabalho como apresentadora de telejornal. Sua vida pessoal, por sua vez, não vai nada bem. Querendo engravidar a todo custo, não percebe que seu companheiro está cada vez mais distante.

Três histórias contadas em paralelo em um filme onde o espectador precisa ter muita paciência. Não apenas porque pouco acontece de fato em cada uma delas, mas principalmente devido aos clichês que permeiam o filme como um todo. A cidade de Brasília, por exemplo, é caracterizada tendo por base seu habitante mais famoso, o político. Pintado como o demônio, é alvo de piadas bobas e também de uma análise interessante, mas superficial, sobre a sordidez da cidade, provocada justamente pela forte presença da política em seu cotidiano. Fora alguns diálogos risíveis, especialmente quando o namorado de Diana resolve fazer exames para saber se é estéril.

Apostando firme no estado de espírito de seus protagonistas, Simples Mortais pouco tem a dizer. Apático, cansativo e sem qualquer destaque, são longos os 80 minutos necessários até seu término. Muito ruim.