Ultimamente eu venho conseguido vencer algumas discussões quando o assunto é cinema nacional.
Desde quando me entendo amante de cinema, o cinema nacional foi tido como "última opção". Todos sabemos que depois de Central do Brasil, a coisa foi mudando de figura. Bem lentamente, mas foi.
Resumo da ópera, 3 grandes últimos orgulhos brasileiros: 2 coelhos, O Homem do Futuro e, tenho certeza, Paraísos Artificiais.
O filme é quase palpável ao telespectador que se deixa envolver por ele. Narrativa legal, fundo musical na hora certa e já um problema pra resolver: cenas intercaladas que sugerem mudança de tempo entre o inicio da trama e o final de 6 anos.
Pra quem é mais rapidinho, consegue ver alguma coisa na frente, pros demais, não será um esforço acompanhar.
Alguns personagens nos ganham de cara, como o amigo dedicado e agitado e a "amiga-colorida". A menina que não tem certeza de nada, só de uma coisa: "quer viver a vida toda ao lado da amiga", Érika (Nathalia Dill), protagonista do filme.
Um ponto que já foi destaque nas chamadas para o filme foi as cenas de sexo. Bem, embora devessem expressar desejo, completude e união, elas, de certa forma, machucam quem está assistindo. Elas passam algo agressivo, doente, perdido. Exemplo das cenas em que Nando (Luca Bianchi) está com um dos membros restantes da família após passar 4 anos na prisão. Tensão
Tudo isso orquestrado por um fundo que corre de acordo com cada momento e com uma fotografia oriunda de uma cabeça linda! Juro que eu pensei que fosse passar mal na cena final. Esta, que talvez possa ser o ponto de discordância. Muita gente gosta de preto no branco, sem dever de casa. Nada subentendido!
Sem esquecer de elogiar quem tá de frente num projeto desses: os atores. Dos personagens que menos aparecem, já dá pra sentir uma empatia com a mãe. Sem falar nos amigos dos protagonistas, interpretados por Lívia de Bueno (Lara) e Bernardo Melo Barreto (Patrick) e o "guru - papai - raul seixas" vivido pelo ator Roney Villela.
Anotem, o cinema brasileiro não vai parar!!