Baseado no conto do escritor argentino Julio Cortázar, "JOGO SUBTERRÂNEO" conta a peregrinação de Martín (Felipe Camargo) pelas linhas de metrô da cidade de São Paulo. O pianista inventou um jogo no qual escolhe uma mulher no metrô e a segue. Se a rota que ela fizer coincidir com a que Martin havia previsto, aí estaria a mulher de sua vida. É claro que a dificuldade para ele encontrar a mulher dos seus sonhos seguindo suas próprias regras era enorme. As circunstâncias forjaram o encontro de Martin e Tânia (Daniela Escobar) por que a filha desta, Vitória (Thávyne Ferrari), uma autista, começou a se agitar dentro do metrô. A ajuda de Martin com a menina fomentou o encontro amoroso dele com Tânia. As regras implacáveis de Martin tiveram de ser deixadas de lado para que Ana (Maria Luísa Mendonça) pudesse entrar em sua vida. Ambos com um passado misterioso. Martin, um homem de poucas palavras, que vivia num hotel de quinta categoria no centro da cidade, tocava MPB num bar, mas apreciava Villa-Lobos. Ana, uma prostituta de grã-finos, cercada do bom e do melhor, cafetinada por Mercedes (Maitê Proença), cansou-se da chamada "vida fácil". A dupla central terá sucesso no amor? Eles se mudarão para Porto Desejado (cidade natal de Ana) e serão felizes para sempre? Assista a este belo filme de Roberto Gérvitz ("FELIZ ANO VELHO"). O roteiro do diretor e de Jorge Duran, a fotografia do sempre ótimo Lauro Escorel, a música de Luis Henrique Xavier, que é de fundamental importância para o filme, além das atuações ótimas de Felipe Camargo e de Maria Luísa Mendonça. Deixe-se cair nas armadilhas deste jogo "cortaziano". Graças a Deus o cinema brasileiro não vive só de belezas naturais e desgraças sociais.