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    Bellini e o Demônio
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    Bellini e o Demônio

    O PECADO FOI O EXAGERO

    por Roberto Cunha

    Exibido no Festival do Rio 2009 e até então inédito no circuito, chegou a hora dos fãs dos livros de Toni Bellotto mergulharem em novo filme, desta vez, mais soturno ainda como revela o título. Agora, se você nunca leu nada do autor e pensa em encarar Bellini e o Demônio, prepare-se para encontrar personagens de nomes estranhos e algumas frases insanas como “Eu sou o eixo da roda. O cubo do círculo”. (?!?)

    Depois de uma boa abertura, rápida e no embalo do rock, a história revela o detetive Remo Bellini (Fábio Assunção) numa tremenda crise ("Eu sou eu, pelo menos, eu era"), bebendo, fumando, ingerindo remédios de tarja preta e na pindaíba financeira.

    Aqui cabe uma observação temporal: O retrato é bem feito e, sob alguns alguns aspectos, se exibido no ano em que o filme ficou pronto seria possível que o espectador até estabelecesse alguma conexão com os problemas reais vividos pelo ator. Seria este o motivo da demora da estreia? De qualquer forma, a resposta é irrelevante para o que se vê na tela.

    De volta à história, Bellini se envolve na busca por um misterioso livro e acaba descobrindo uma ligação entre o assassinato brutal de uma jovem dentro de uma escola, investigado por sua ex "parceira" Gala (Rosanne Mulholland), e rituais satânicos do passado. Ou seja, atrativos de sobra para quem gosta destes elementos inseridos numa trama.

    O problema é que embora bem dirigido, com um clima de terror legal para os padrões brasileiros, boas sequências, preocupação com o visual, boa edição e trilha, a narrativa não ajuda. Tem uns cortes estranhos, uns horários inseridos na tela que acabaram ficando confusos. E mesmo ignorando alguns diálogos toscos e cenas que flertaram com os trash movies, é fácil imaginar muito espectador completamente perdido diante da telona.

    Assim, como filme, Bellini e o Demônio parece ter pecado por não ter exorcizado a ideia de querer fazer muito diferente e pode acabar assustando o público... dos cinemas.

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