Quem concorda com a legalização das drogas? Quem concorda com a liberação do porte de arma? Assuntos polêmicos, concordam? É com essa linha de contestação que este filme trabalha, fornecendo mais um tema, no mínimo, controverso aos moldes morais, porém de cunho benéfico em se tratando de um bem maior. Segundo estatísticas cedidas pela mídia do longa, a crescente erradicação criminosa tem relação direta às 12 horas anuais de liberação total de atitudes ilegais, como assassinatos, estupros, genocídios, assaltos e diversas outras barbáries.
Acredito / espero que, apesar de uma ideia inovadora, não passe dos trâmites cinematográficos, uma vez que se mal interpretada, pode até ocasionar sérios transtornos à vida real. No entanto, se bem assimilada, por um olhar crítico reflexivo, nos levaria a perguntas como: “na Holanda (exemplo) existem locais permitidos para o consumo de drogas, sendo considerado um país desenvolvido e com taxa de mortalidade menor que a nossa; e se fosse liberado no Brasil?”, desta forma, nos direcionaria a outras perguntas “se a droga é liberada lá e por isso existe uma menor taxa de mortalidade; e se liberassem outros atos ilícitos?”, “atos ilícitos como os relatados no filme, por um período curto anual?”; e com isso, unindo a primeira questão à última “e se essas 12 horas de liberação criminal anual ocorresse no Brasil, o que você acha que aconteceria? Diminuiria a taxa de mortalidade?”
Enfim, não sou eu que responderei e creio que a intensão de “Uma Noite de Crime” também não seja responder tais indagações, desta maneira deixando-nos à deriva em pensamentos contínuos se realmente tal realidade seria tratada da mesma forma demonstrada. Isto posto, achei muito interessante a “proposta” fornecida, no entanto, não bem aproveitada, pelo fato de deixar a desejar no gênero principal, terror.
Achei fraco neste quesito, com cenas totalmente presumíveis, clima pobre de tensão, trilha sonora fraquíssima, atuações no mínimo singelas, enredo sem criatividade, efeitos especiais paupérrimos, fora outras qualidades pobríssimas como pavor, pânico e sustos em geral.
Suponho que tal tema, de índole revolucionária e polêmica poderia ter sido melhor tratada, porém ao tentar, de maneira frustrada, tomar traços de conjecturas mais elaboradas com intrigas familiares, invejas vizinhas, possíveis corrupções monetárias e outros assuntos indiferentes ao roteiro principal, tornou-o mais um assunto banal e de caráter trivial em relação a outros filmes de gênero refém / vingança / invasão ou demais áreas do tipo. Deste modo, não excedendo uma simples nota 2,0.