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    Babel
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    4,0
    955 notas
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    44 Críticas do usuário

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    ricardo
    ricardo

    10 seguidores 73 críticas Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    A presunção do diretor é tão grande que dedicou o filme aos seus filhos. Já estava que tinha feito uma obra-prima. Para justificar sua idéia de barreira de comunicação entre pessoas de mundos diferentes, o roteirista criou uma história absurda do tipo "Acordei com o pé esquerdo hoje" - todo mundo dá azar de estar no lugar errado na hora errada, coisas do tipo "ah, sou imigrante ilegal e vou dar um pulo no México com umas crianças americanas e já volto para os Estados Unidos. A polícia de fronteira vai me receber de braços abertos...".
    SERGIO LUIZ DOS SANTOS PRIOR
    SERGIO LUIZ DOS SANTOS PRIOR

    1.536 seguidores 293 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Deus teria condenado os homens a falarem idiomas diferentes - e o que é pior, não se entenderem - devido à arrogância dos nossos antepassados. A situação parece não ter se modificado após milhares de anos. A única diferença é que a torre de Babel está globalizada; internet, televisão a cabo, celulares, enfim, a comunicação é imediata entre todas as nações. O mesmo não se aplica à universalidade da riqueza, mas isso é uma outra estória. A humanidade ainda parece estar sob os efeitos da condenação Divina: o entendimento mútuo inexiste. Iñarritu e seu ex-colega de vários filmes, Guillermo Arriaga (os dois brigaram e não estão se falando sabe-se lá por quais motivos) levaram à telona três tramas pararelas que tentam mimetizar o que acontece no mundo atual globalizado. A idéia de histórias pararelas que se entrecruzam em algum momento não é nova no cinema de Iñarritu (vide "21 GRAMAS" e "AMORES BRUTOS", tampouco no cinema. O vencedor do Oscar de 2006, "CRASH" fazia apresentava várias tramas tendo como fundo a cidade de Los Angeles. Sem falar no recém falecido diretor, Robert Altman, que deitava e rolava neste tipo de narrativa. Voltemos à babel-terra onde todos gritam e ninguém se entende. Susan (Cate Blanchett) e Richard (Brad Pitt) vão passar férias no Marrocos. Parece que o casal vai tentar encontrar num local exótico a serenidade para manter o relacionamento de ambos vivo, pois os problemas são evidentes entre eles. A escolha por dois rostos tão conhecidos de Hollywood foi proposital. Desta maneira, Iñárritu conseguiu dar maior visibilidade ao seu filme. Fossem outros atores a abordagem da mídia seria infinitamente menor. O casal não imaginava que uma criança marroquina munida com um rifle que deveria servir para proteger as cabras de sua família, numa brincadeira atira em direção a um ônibus que se encontra bem distante e o pior acontece: Susan é alvejada no seu ombro esquerdo por uma bala. No meio de um lugar inóspito, Richard com a ajuda de uma alma boa (ainda existem neste mundo babilônico), o guia da excursão fazem de tudo para salvar a vida de Susan. Simultaneamente temos a trama de Amelia (Adriana Barraza), babá do casal de filhos de Susan e Richard. Eles moram em Los Angeles. O filho de Amelia irá casar no Mexico. Como não há ninguém que possa substituí-la no seu trabalho, ela que cuida das crianças desde o nascimento delas, decide levá-las para o Mexico. Os problemas começarão no regresso do México, mais precisamente ao atravessar a fronteira México-Estados Unidos. A terceira trama ocorre em Tóquio, onde uma filha surda-muda, atormentada pela sua condição e pelo suicídio recente de sua mãe, se entrega a uma procura desenfreada de carinho, porém, de forma caótica. As famílias sejam elas marroquinas, mexicanas, americanas ou japonesas se fragilizam, se esgarçam e se unem. O grande mérito dos realizadores foi o de mostrar algumas chagas do mundo atual (tensão racial, imigração ilegal, problemas na compreensão do "mundo" do adolescente), porém, sem fazer julgamentos a respeito. A tragédia humana pode ter solução no futuro, talvez longínquo, é verdade, mas quem sabe... Iñárritu e Arriaga colocaram alguma luz no final do túnel.
    PedroConrado
    PedroConrado

    64 seguidores 99 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    É um filme obrigatório para a compreensão de boa parte dos conflitos que vivemos entre os países e dentro deles. Não há nada de ideológico; o diretor prima pela apresentação estética e conceitualmente forte.
    Francisco Russo
    Francisco Russo

    18.940 seguidores 687 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Richard e Susan estão em viagem pelo Marrocos, em uma tentativa de reconciliação no casamento. Quando viajam de ônibus subitamente Susan é atingida por um tiro de fuzil, dado por dois garotos que estavam testando a arma recém-comprada pelo pai. Este fato gera consequências na vida de quatro grupos de personagens: Richard e Susan; os garotos e seu pais; a babá mexicana que cuida dos filhos de Richard e Susan e deseja ir ao casamento do irmão; e um homem japonês e sua filha surda, que enfrenta problemas de rejeição. "Babel" segue a linha dos filmes anteriores de Alejandro González-Iñárritu, em que várias situações acontecem em paralelo e não exatamente no mesmo instante de tempo, com informações sobre cada uma delas sendo mostradas aos poucos ao público. O filme não possui uma edição tão picotada e com idas e vindas como "21 Gramas", o que facilita sua compreensão. Além disto há várias cenas belíssimas: a ida da jovem japonesa à boate, o pouso do helicóptero no deserto, a tomada final entre filha e pai na trama japonesa, a própria cena do tiro recebido por Susan. Nesta cena específica vale destacar o trabalho de Cate Blanchett, que consegue transmitir a sensação mista do despertar com a surpresa de estar sentindo uma dor repentina e aguda, sem saber direito o que aconteceu. Blanchett tem ainda outros bons momentos em cena, apesar de sua participação no filme ser curta. As quatro tramas são bastante interessantes, cada uma com qualidades próprias. A dos garotos reflete um pouco da paranóia americana do pós-11 de setembro, que faz com que o ocorrido logo seja considerado um ato terrorista. A da babá espelha as diferenças de costume entre México e Estados Unidos, além da já conhecida dificuldade enfrentada pelos mexicanos para entrar nos EUA. A de Richard e Susan tem como pano de fundo o medo e o preconceito dos demais passageiros do ônibus em que estavam, que desejam sair do local o mais rapidamente possível, mesmo que isto signifique abandoná-los. E a trama japonesa, a melhor de todas, reflete a angústia da rejeição sentida por uma adolescente, que faz com que tente compensá-la oferecendo seu próprio corpo aos homens, em uma tentativa desesperada de agradar. Muito bom filme.
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