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    Babel
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    4,0
    955 notas
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    44 Críticas do usuário

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    Lucas Alcântara
    Lucas Alcântara

    13 seguidores 49 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 12 de agosto de 2016
    Obra-prima. Essa é uma das únicas palavras que pode se tornar adjetivo aos trabalhos do diretor Alejandro González Iñárritu. O mexicano que veio a estourar recentemente com Birdman (Ou a Inesperada Virtude da Ignorância) (2015) e deu a Leonardo DeCaprio a oportunidade de ganhar o Oscar com O Regresso (2016) já vinha provando talento impecável desde o início dos anos 2000. E não fugindo de exemplos, a dramaturgia Babel (2006), na qual o diretor repete pela terceira vez parceria com o roteirista Guilhermo Arriaga, se aplica ao conceito de obra-prima em todos os aspectos possíveis.

    O país é Marrocos e dois irmãos, Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Boubker At El Caid) possuem um rifle em mãos para proteger as ovelhas dos chacais. Quando vão experimentá-lo acabam acertando num ônibus e mal imaginam que a bala na verdade acertara uma turista americana: Susan (Cate Blanchett) que estava de viagem com o esposo Richard (Brad Pitt). Então várias ações se desencadeiam e o filme começa a mostrar como a ação dos dois irmãos afeta a vida de pessoas em vários pontos do mundo — de Marrocos ao Japão.

    O filme de Añárritu foi indicado pela Academia a sete Oscar's e não é por menos: Babel se torna um dos melhores filmes do diretor ultrapassando até em alguns aspectos o recente O Regresso. Para o cinéfilo disposto a gostar do filme, o longa deixará a sensação de que nunca viu algo igual desde a trilogia O Poderoso Chefão de Francis Ford Coppola — sim, pode acreditar!

    Vamos começar aos poucos. O filme claramente é uma visão do diretor quanto ao mundo de como ele é atualmente — não no sentido literal. Com a ação dos dois irmãos marroquinos, vemos a herança Bush dos Estados Unidos da América se arrastar através da mídia e dos governos, que é nada mais que a paranoia do governo americano com ataques terroristas. E sendo assim vemos o governo rodando o mundo — literalmente — para achar os culpados e não medindo crueldades com os suspeitos enquanto a vítima agoniza de morte numa vila e a ajuda médica prometida pela Embaixada demora a chegar. E para terminar ainda há a mídia americana [Spoiler] noticiando que tudo finalmente acabou bem, sendo que do outro lado globo uma criança inocente morrera baleada aos olhos do pai e do irmão [Spoiler].

    Outro núcleo da história se passa no México; após a bala ser disparada contra Susan, nos Estados Unidos a babá Amelia (Adriana Barraza) terá que ficar com os filhos dos patrões: Debbie Jones (Elle Fanning) e Mike (Nathan Gamble). A coisa desanda quando Amelia tem que comparecer ao casamento do filho mas não podendo deixar as crianças ao relento terá de levá-las junto ao México e com elas atravessar a fronteira. E através da decisão de Amelia, diretor e roteirista mostram como uma "simples" atitude gera uma proporção de grandes catástrofes. E todas elas se devem visivelmente, a partir da visão de Alejandro e Guilhermo Arriaga, quanto a imigração ilegal de mexicanos para os Estados Unidos, que ao atravessarem uma fronteira sem passaporte se tornam criminosos e sua submissão ao país imperialista. Em poucas cenas o filme nos mostra o absurdo que é a situação do país e da personagem Amelia tanto a confusão gerada por um problema até que simples.

    E por último mas não menos importante temos o núcleo da história que se passa no Japão através do personagem Yasujiiro (Koji Yakusho) e sua filha surda Chieko (Rinko Kinkuchi); embora a bala disparada pelos irmãos não afete tanto a vida da família, Iñárritu e Guilhermo Arriaga bebem de uma fonte cultural para mostrar a alienação da adolescência japonesa e como ela desnuda a sociedade oriental, deixando um vazio nos adolescentes, vazio este que a personagem de Kinkuchi tenta desesperadamente preencher mas ao desenrolar do filme apenas aumenta. E apesar da vida de Chieko e de seu pai se destoar um pouco do resto da história e de se tornar mais como uma surpresa para o resto do filme, o núcleo que se passa no Japão não incomoda em nenhum aspecto. E pode acreditar, Iñárritu trabalha como ninguém a vida adolescente — ao mesmo tempo que bebe do pano de fundo cultural — e não se torna clichê em nenhum ponto.

    endo assim, mesmo não usando uma linha de raciocínio cronológica para contar a história — indicando que talvez o filme esteja brincando com o elemento do fuso-horário —, Alejandro González Iñárritu e Guilhermino Arriaga costuram sua produção e traduzem a mensagem que querem transmitir através do título: as divergências globais e linguísticas, causa dos maiores problemas que cercam o filme e como tantas ações, mesmo que distantes, podem estar relacionadas a outras.

    Tudo isso constrói um roteiro sólido, bem amarrada e redondinho que desenvolve no alto nível de excelência seus personagens, trabalhando relações humanas e suas atitudes de maneira impecável. A direção de Iñárritu colabora ainda mais prendendo o espectador e fazendo com que ele preste atenção a cada mínimo detalhe do filme e se sinta na obrigação de acompanhar até o final a drama, criando assim um ótima clima de tensão. E provando que sabe o que está fazendo, o diretor usa linguagens matafóricas impecáveis, chegando a abrir o filme com o marroquino carregando o rifle para vender a família dos irmãos Ahmed e Youssef: dos sons do passo a fotografia escura o vendedor acaba se tornando a imagem da Morte.

    As atuações também são brilhantes e já que dispensam comentários o ponto alto vai para as crianças que dão um bom rendimento e um show de atuação que enriquece ainda mais o longa. Brad Pitt e Cate Blanchett ótimos atores que são, embora com poucas linhas de diálogos com atitudes traga o público para dentro do filme e faz com que ele acredite o quanto ruim a situação está. E para fechar o conjunto temos a trilha sonora, que com algumas notas de violão e de piano se encaixa na estética do filme e aumenta a carga dramática que ele carrega nas costas.

    Talvez os americanos não aprovem o filme por um detalhe simples: não se vê muito da língua inglesa e Iñárritu comete mais um acerto. Fazendo uma obra-prima cinematográfica e elegante, Babel não só se concretiza na sétima arte mas também a carreira do diretor mexicano, que dedica o filme aos seus filhos, e do roteirista Guilhermino Arriaga. É impossível não se emocionar — de tensão a preocupação — com cada cena de um dos melhores trabalhos de Iñárritu.

    Nota: 10/10
    victoria vl
    victoria vl

    1 crítica Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Para mim o que faz um filme ser bom, antes mesmo do enredo e da atuação dos atores, é o fato de fazer voce parar para pensar, e isso Babel faz e muito!
    O filme nos deixa a pensar sobre o preconceito humano nas suas diversas formas - o preconceito com relação à pobreza (os pobres são tratados como bicho sem nem mesmo ter a chance de se defender e os ricos saem impune), o preconceito para com os deficientes físicos e a maneira com que eles vivem excluídos no seus grupos restritos e sem grande interação no resto da sociedade; retrata também a tristeza, que existe independente do nível social; as drogas e o efeito artificial da felicidade que passa minutos depois e a tristeza reaparece; e o mais importante é o fato de mostrar a realidade do mundo de uma maneira impactante, dando ênfase ao gritante contraste que existe entre as sociedades contemporâneas, isso é mostrado através de imagens da vida cotidiana de cada sociedade - no marrocos mostra pessoas comendo com as mãos e esse fato entra em contraste com a sociedade japonesa e suas tecnologias de alto nível; a americana com nojo da água no Marrocos relata a forma como as sociedades ocidentais vêem as orientais; a sociedade americana em contraste com a mexicana enfatizando a questão de dois países vizinhos serem absurdamente diferentes (isso é mostrado de uma maneira até engraçada através da reação dos meninos americanos ao chegar no Mexico) e a infância dos meninos marroquinos em contraste com a infância dos meninos americanos, são diferenças gritantes que deixa o expectador impactado.
    Enfim, eis um grande filme que só não é apreciado por pessoas comodistas e indiferentes a condição humana atual.
    Carlos
    Carlos

    61 seguidores 117 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    ...Lindo filme desse ótimo diretor. Trilha sonora maravilhosa. Filme muito inteligente que mostra que estamos interligados com todas as pessoas e seres do planeta. Uma coisa banal que eu faço aqui no Brasil, repercute e pode mudar a vida de uma pessoa na China, por exemplo, sem eu nem ter conhecimento da existência dela e nem ela da minha. Humano, inteligente...babel é uma obra-prima do cinema moderno. NOTA 10...vale a pena assitir! tenho o dvd em casa e verei novamente.
    anônimo
    Um visitante
    3,5
    Enviada em 4 de agosto de 2015
    O trabalho de Alejandro Iñarritu parece ser tão difícil,com uma variedade de lugares,fotografias bem diferentes,e também,muitos personagens.Babel é interessante,do começo ao fim,pelo o modo que é tratado.Com inteligência,história cruzadas,que afetam a vida de cada um dentro do filme.E todos se apresentam perfeitamente bem,não pode dá atenção só para os astros,Brad Pitt e Cate Blanchett.Os outros em cena,mostram precisão,destaque para Gael Garcia Bernal,que se junta ao bom time do elenco.
    Lucimaraâ„¢
    Lucimaraâ„¢

    87 seguidores 139 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Por serem três histórias distintas, mas que obviamente se ligariam de alguma forma, acreditei que seria um bom roteiro. Inteligente. Mas, quando terminou, percebi que perdi mais de duas horas pra nada. A melhor história é a do casal, onde a personagem da Cate é atingida por um tiro disparado por dois irmãos no Marrocos. E ainda assim, a história é fraca. A história no Japão é horrível e sem proposito: uma surda/muda tarada que tenta transar com todo mundo, seja dentista, seja policial. No final a idéia não faz nenhum sentido. Fico mais aliviada por ter assistido na TV. Assim, não gastei mais do que meu tempo. Decepção e arrependimento total.
    Vagne L
    Vagne L

    34 seguidores 63 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 28 de agosto de 2018
    As múltiplas histórias contadas simultaneamente, sem furo no enredo, por si só já valeria 4 estrelas. Porém a narrativa de várias culturas diferentes, vivendo seu medos, dores e problemas foi um presente para todos os que gostam de um BOM filme.
    Isis Lourenço
    Isis Lourenço

    7.313 seguidores 772 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 26 de setembro de 2016
    Uma crítica aos preconceitos em geral,tem algumas cenas desnecessárias,tornando o filme meio cansativo,mas nada que impeça que ele passe sua mensagem de socorro ao mundo e exiba a realidade diária.
    Alexandre C.
    Alexandre C.

    5.068 seguidores 525 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 27 de abril de 2019
    Grande filme, Babel mostra 3 histórias diferentes, que acabam se interligando, e com a direção magnífica e grandes atuações, tanto de atores conhecidos quanto o dos desconhecidos, ótimo filme.
    Marcelo S
    Marcelo S

    164 seguidores 138 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 4 de abril de 2017
    Babel, filme indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2007 e vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme Drama.
    Dirigido e idealizado pro Alejandro Gonzáles Iñarritu, Babel em minha modesta opinião é um filme difícil e bem confuso. Iñarritu criou uma história de um acontecimento em Marrocos que afeta pessoas em outras partes do mundo, como no México e no Japão. A premissa é boa e até interessante, mas foi muito mal arquitetada.
    Dois garotos marroquinos usam um rifle e acertam acidentalmente uma moça americana em um ônibus de turismo, esse acontecimento não afeta diretamente as outras pessoas envolvidas, tanto no México como no Japão, apenas tem uma ligação simples entre alguns personagens.
    O filme pode até te prender conforme você acompanha esses personagens lidando com suas situações, mas as ligações entre os acontecimentos são tão superficiais, que em menos de 1 hora de filme você vai estar se perguntando "O que raios está acontecendo neste filme?"

    Brad Pitt e Cate Blanchett fazem o casal do filme, que viaja á marrocos a férias, eles têm problemas conjugais, mas a personagem de Cate é atingida por um tiro, o resto do filme foca na tentativa de Brad em levar Cate á um hospital. Só isso. O roteiro não dá margens para os dois se aprofundem em seus personagens, apesar de Brad se esforçar na cena do telefone. E talvez por esta cena e sequencia de algumas ele tenha sido lembrado No Globo de Ouro na indicação de Ator Coadjuvante, pra mim até convence a atuação, mas não ao ponto da indicação.

    Gael Garcia Bernal e Adriana Barraza fazem os personagens "afetados" no México, Adriana faz a babá dos filhos de Brad e Cate (uma deles é Ellen Fanning), ela entrega uma ótima performance, uma ótima atriz por sinal, natural do México, Adriana foi uma das gratas surpresas no filme lhe rendendo uma indicação á Atriz Coadjuvante no Oscar. Gael faz um personagem meio 'Porra-Louca', depois da cena do carro, seu personagem foi estranhamente descartado.

    No Japão, o foco foi na relação Pai e Filha entre Koji Yakusho e Rinko Kikuchi. Koji foi pouco acionado no filme, mas Rinko entregou a melhor performance de uma atriz acredito eu naquele ano. Uma performance de gala, com 26 anos na época, ela interpretou 'Chieko' de 15 anos, uma garota surdo-muda que está desesperadamente atrás de atenção/namorado, sua principal preocupação, além de lidar com o suicídio da mãe (muito mal explicado no filme), é transar pela primeira vez, mas todos os garotos a enxerga como 'Monstro', segunda ela mesma afirma no filme.
    O legal desta abordagem, é que em algumas cenas Iñarritu nos coloca dentro da pele de Chieko, retirando o som ambiente completamente, nos fazendo vivenciar o mundo de uma pessoa surda. Percebe-se que Rinko Kikuchi estudou muito as pessoas surdo-mudas e a linguagem de sinais, não só ela como algumas atrizes que também são surdo-mudas no filme e fazem parte do time de vôlei da escola de Chieko.
    Ela não só mereceu a indicação de Atriz Coadjuvante no Oscar e no Globo de Ouro, como poderia até ter levado o prêmio que estaria em ótimas e merecidas mãos.

    Este foi o terceiro filme de Iñarritu, não gostei, não achei fraco mas achei confuso e muito mal arquitetado... a história ao meu ver não bate, as ligações entre os personagens são esquisitas, não convencem, muito mal feitas. O filme se torna confuso e com certeza algumas pessoas o acharam muito chato depois de 1 hora de filme.
    Pra mim, apenas a parte do Japão no filme vale a pena e merece ser acompanhada, com um final muito emotivo e cheio de carga dramática, com atuações boquiabertas de Rinko Kikuchi, ela não tem pudor e vergonha nenhuma no filme, quem assistir irá se surpreender assim como eu.

    Iñarritu melhorou muito nos seus futuros filmes, mas neste achei até curioso receber indicação á melhor filme e ainda ter ganho no Globo de Ouro. Está longe de ser um bom filme na minha opinião.
    Também foi indicado á melhor diretor e Roteiro em ambas as premiações.
    Levou um único Oscar de Trilha Sonora, que é muito boa por sinal.
    Miguel Neto
    Miguel Neto

    71 seguidores 98 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 29 de março de 2014
    Não é um filme de nível para indicação ao Oscar. Ganhou o Oscar de melhor trilha sonora, não merecido. Se desconsiderarmos esse nível (Oscar) o filme é muito bom.
    O filme é diferente, é denso, as vezes lento, as vezes com cenas desnecessárias, mas talvez isso também faça parte da viagem aos extremos que acontece durante todo o filme.
    O filme viaja entre a pobreza e a riqueza, entre a sociedade tecnológica e a sociedade da idade da pedra, entre pessoas boas e pessoas más, entre o preconceito e a humanidade e o maior dos extremos, entre quem é americano e quem não é .... poderíamos analisar essa viagem por diversos outros ângulos. São muitos temas abordados e talvez toda a densidade do filme se perca um pouco por aí. De qualquer maneira é um jogo que todos perdem, ninguém termina o filme melhor do que seu início.
    Como o filme foi diluído em várias estórias, vários temas, vários focos, nada se destaca, nem mesmo a atuação de Brad Pitt. Ou seja o filme é uma verdadeira Babel.
    Destaque para a atuação da Japonesa surda-muda (Chieko) ela se sobressai pela atuação, pena que a estória dela tem pouco a ver com o filme.
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