Mesmo com a pouca duração, senti um pouco o peso do filme. Em certo ponto a trajetória da protagonista começa a se repetir demais. Entretanto, não dá pra ignorar a força da história contada aqui, e o quão poderosa é. Rosetta é uma protagonista muito forte, com objetivos claros e uma determinação atroz, e os Dardenne mostram que sabem muito bem disso ao NUNCA deixar a câmera abandonar a personagem. O foco é tão inteiramente nela que os coadjuvante mal são enquadrados pela câmera nervosa, inconstante e real da dupla de diretores. É um notório estudo de personagem, e por tabela, há uma análise social muito importante na interação de Rosetta com todo o ambiente e as imposições que esse ambiente, que pode ser chamado de "sociedade", forçam ao seu redor. E é irônico que o final represente a manutenção de todo aquele ciclo, apesar de uma libertação disfarçada.