Este filme está fadado a ser um fracasso retumbante. E tem mais, quem espera ver um filme super-romântico, do tipo conto de fadas de princesa, também irá se decepcionar. O filme, baseado em um livro que não li, atira para todos os lados e só consegue ser ruim em todos os aspectos. Preste atenção na história canhestra. O filme começa com uma narrativa de uma mulher de voz melosa e apresenta um casal que precisa abandonar o filho num barquinho (isso mesmo, um barquinho feito às pressas), pois eles estão com tuberculose e querem que o filho sobreviva na América. Depois, uma jornada sem pé nem cabeça se inicia, onde vemos um cavalo alado, demônios e humanos num embate sem noção entre o bem e o mal. Várias coisas impressionam no filme, mas quase nenhuma delas positivamente. Primeiramente, como uma equipe tão boa de atores e um roteirista super premiado que assume aqui as funções de roteirista, diretor e produtor, podem ter embarcado numa furada tão grande? Akiva Goldsman já roteirizou várias sucessos de crítica e bilheteria e levou o Oscar por “Uma Mente Brilhante”, mas parece ter jogado toda sua reputação para o alto para fazer esse filmeco de quinta. E ao elenco que conta com nomes de peso como Colin Farrell (que apesar de seu esforço dramático em parecer um jovem enamorado chama mais a atenção pelo seu estranhíssimo corte de cabelo), Russell Crowe (além do exagero constrangedor e caricatural, que raio de sotaque foi esse que ele arranjou?), Jennifer Connelly (uma das minhas atrizes favoritas, fadada a algumas poucas cenas extremamente embaraçosas), William Hurt (que não faz nada de significativo há muito tempo) e Will Smith (outra aparição completamente constrangedora) só os resta esconder os rostos devido à vergonha alheia. Um verdadeiro papelão! Junte uma história pretensamente romântica e sensível, mas que só consegue fazer o espectador tentar segurar o riso tamanha baboseira que vê na tela. Tudo que é mostrado é ou exagerado ou blasé. Mas as piores cenas são as de Will Smith como Lúcifer; Russell Crowe como um dos demônios mais imbecis, histéricos e sem noção já mostrados na dramaturgia mundial (nem na antiga série Charmed víamos um amadorismo demoníaco tão grande); e as cenas do cavalo alado, que contam com efeitos especiais toscos e mal feitos, onde quem assiste mais tem vontade de rir, já que deveriam ser de forte impacto e poéticas, mas só conseguem ser ridículas e mal produzidas. Ah, o filme ainda conta com dois tempos diferentes: no primeiro, Peter (Farrell) apaixona-se por Beverly (Jessica Brown-Findlay); na segunda (que consegue ser ainda pior que a primeira), se passa em 2014 com Peter desmemoriado em busca de respostas. Enfim, o filme é péssimo, sem contar o constrangimento generalizado das cenas finais, extremamente pueris, surreais (no pior sentido da palavra) e que causam vergonha no espectador que não para de se perguntar onde todos os envolvidos nesse filme estavam com a cabeça. A ideia mais plausível, infelizmente, é de que todos estavam entorpecidos por uma droga mais devastadora que o crack, só pode ser... Só assim mesmo para justificar esse filme ao qual vocês, caros amigos, devem passar longe. Acho que todo tipo de filme tem seu público. Por mais que eu não goste de um filme específico, sempre haverá alguém que gostará. Agora, este filme, acho que não agradaria nem aos mais sonhadores, românticos e mesmo aqueles que procuram uma comédia involuntária. É simplesmente uma bomba, do começo ao fim. Na verdade, a única coisa que me causou boa impressão foi a relação de Peter com Beverly na primeira metade do filme, principalmente graças a presença de Jessica Brown-Findlay. Fora isso, o filme merece mesmo o limbo cinematográfico.