É certo dizer que Diana Frances Spencer, conhecida como Lady Di ou como a “Princesa do Povo”, foi o último grande símbolo célebre mundial. Perseguida por paparazzi por onde quer que passasse, ela se tornou uma espécie de mártir para aqueles que lutam contra a invasão de privacidade em suas vidas. Uma luta que já começa injusta, diga-se de passagem, com o fraco – e covarde – argumento de que pessoas públicas devem satisfação dos seus passos ao cidadão comum.
Seguindo essa linha de raciocínio, podemos dizer, então, que “Diana”, filme dirigido por Oliver Hirschbiegel, é uma última tentativa para invadir a privacidade da sua personagem principal (interpretada por Naomi Watts). O roteiro do filme, escrito por Stephen Jeffreys (tendo como base o livro de Kate Snell), fala sobre o relacionamento de Lady Di com aquele que pode ser considerado como o seu último – e grande – amor, o cirurgião paquistanês Hasnat Kahn (interpretado por Naveen Andrews, conhecido pelo papel no seriado “Lost”).
Dessa maneira, o filme de Oliver Hirschbiegel trata sobre os conflitos principais que estavam presentes na vida da princesa, naquele momento, como a constante vigilância do Palácio de Buckingham, que controlava a sua vida ferrenhamente e o desejo de Diana por ter o máximo possível de normalidade na sua vida (o que era praticamente impossível devido ao seu status de realeza). Ao mesmo tempo, a obra trata sobre aquele que era o grande obstáculo para a concretização do amor entre Diana e Hasnat, uma vez que ele se preocupava muito com a possibilidade de se transformar, também, numa celebridade mundial – coisa que ele não queria.
Se colocasse o seu foco nas pessoas, principalmente, no caráter peculiar do romance entre Diana e Hasnat, talvez o filme de Oliver Hirschbiegel pudesse fazer jus a uma mulher que, no fundo, só queria receber o amor que ela tanto oferecia aos outros. O problema é que “Diana” perde esse fio da meada ao colocar também, no mesmo primeiro plano, o trabalho social desenvolvido pela princesa, especialmente no que diz respeito à questão das minas terrestres. Isso que acaba, com o perdão do trocadilho, minando o filme, cena após cena.