A genialidade e criatividade no cinema é algo raro de se ver, no entanto, explosões visuais repleta de cores e efeitos de CGI são mais rotineiros. “O Destino de Júpiter”, a nova "space opera" de Andy e Lana Wachowski (Matrix, Speed Racer) é primoroso no sentido visual e arrebatador em cenas de ação, porém seu roteiro e narrativa deixam a desejar em vários quisitos. O longa parte da premissa de dominação, onde a dinastia alienígena Abrasax controla o cosmo e universos (uma espécie de latifundiários de planetas), dentre os três irmãos, Balem Abrasax ( Eddie Redmayne) é o mais ambicioso e busca de todas as formas matar Júpiter Jones (Mila Kunis) – uma versão de Cinderela as avessas - após descobrir que ela descende da realeza (reencarnação da matriarca Abrasax). Porém não contava com a presença de Caine (Channing Tatum) que é um caçador de recompensas híbrido, mistura de lobo com humano geneticamente modificado. O primeiro take de ação é frenético e magnífico, chega a ser colossal, típico de pessoas surtadas como os Wachowski, explosões dimensionais, feixes de luz e raios disparados intensamente, afinal estamos falando dos diretores do sempre Cult “Matrix”. Os Wachowski sempre são autorais em sua forma de contar histórias, são peritos em elementos fantásticos e figurinos bizarros que despertam o interesse do público high-tech, os diretores não tem interesse em desmistificar a ufologia presente em seu longa, apenas tratam isso como um ato misterioso. Podemos perceber essa alusão pela criação dos Greys, raça alienígena que está na Terra para observar e executar ordens da Casa Abrasax. Em suas varias tomadas de perseguição, isso fica evidente pelos sinais deixados no milharal (Lembra o Sinais de Shyamalan). O longa apresenta conceitos bem próximos de Matrix, como a missão dos Abrasax de “cultivar humanos” para o seu sustento estético (imortalidade). O filme tem um visual grandioso, muitas vezes parecido com MIB, um prato cheio para uma geração Cibernética. Teve vários problemas em sua pós-produção devido a quantidade exarcebada de CGI, no entanto, é sempre muito satisfatório poder contemplar o cinema de ação dos Wachowski, devido a obsessão de remar contra a maré de filmes de super-heróis (que eles odeiam), e partindo do pressuposto “cyberpunk” de que o homem precisa ser tirado do sistema (corporações, máquinas e dinastias). Mesmo com toda a beleza estética e visual proporcionada pelo longa, é difícil tirar do imaginário pessoal a filosofia e plástica de The Matrix , um fardo que os Wachowski precisam carregar.