A continuação do espetacular, “Blade Runner” de 82 consegue uma façanha impensável, ser tão bom, senão melhor, que seu antecessor, com um roteiro ótimo, boas atuações e uma direção de arte perfeita, Denis Villeneuve consegue de novo, já havíamos nos encantado com “A chegada” ano passado, agora ele faz nos apaixonarmos por seu filme, pra quem gosta de ficção cientifica é impossível não amar seu novo trabalho, que é o melhor filme de ficção cientifica dos últimos anos, superando até seu ótimo “a chegada”. O roteiro de “Blade Runner 2049” faz tudo aquilo que uma boa ficção tem que fazer , pensar um conceito de futuro alienado ao presente trazendo consigo uma critica e uma mensagem, o filme tinha tudo para ter uma continuação com um roteiro forçado, mas não, é um roteiro muitíssimo inteligente que traz um conceito novo alienado aquilo que vimos no primeiro, cheio de surpresas e encantamentos. Trazendo um futuro extremamente sexualizado, talvez inspirado no futuro de “Laranja Mecânica”, e com muitas influencias orientais nesse futuro, talvez pelo grande dominação econômica e populacional que a china vem tomando, não temos um futuro lindo e deslumbrante, ele é sombrio, sujo, sem vida, a onde o entretenimento e o sexo e a busca de qualquer relação com algo real é o objetivo de vida, é um futuro que põe em cheque nossas ações no presente, a onde o mundo já está poluído demais, obrigando um êxodo causando um desconforto social, a onde as marcas e as empresas exercem mais do que um poder financeiro, e politico, e sim um poder social, embora nada disso seja tratada diretamente no filme, mas tudo isso está lá, no cenário, nas interações, em tudo, o futuro mostrado em blade runner não é algo inédito- Até porque seu antecessor faz isso-, mas a forma como é mostrada é perfeita e viceral. Na parte técnica, "Blade Runner" é um espetáculo, com poucos efeitos especiais, e sim cenários incrivelmente vivos e absurdamente lindos, a direção de arte e fotografia do filme são perfeitas, é um contraste de puro deslumbramento mestrado com uma depressão que rodeia o filme, é um paleta de cores escuras, e parece que os cenários assim ficam ainda mais vivos e grandiosas, além de parecer que estamos vendo um filme dos anos 80 em 2017, e isso não é algo ruim, pois isso dá um charme inexplicável ao novo filme de villeneuve, não apenas na fotografia, mas na direção de arte em geral, até os botões, telas, maquinários, conceitos de tecnologia são os aplicados nos filmes dos anos 80, “Blade Runner já nasce um clássico" e é indicação certa no próximo óscar na categoria de fotografia, direção de arte e até figurino, visto que quase todos seus personagens tem sua própria personalidade oprimida no figurino em minúsculos detalhes, e que a crueldade do futuro não abre espaço a individualidade plena do figurino, e isso é bem retratado no filme, e não podemos deixar de citar sua ótima trilha sonora, que não é grandiosa ou épica, ela é sintética, discreta, quase nostálgica, brega e em alguns momentos conversa com a fotografia do longa. Apesar do filme conter um elenco magnifico, não temos nenhuma atuação que salta ao olhos, mas também não temos nada que estrague, Ryan Gosling está bem como replicante, consegue ser centrado, indiferente e ao mesmo tempo passar pequenos sentimento, Harrison Ford tem uma presença de tel absurda, quando o mesmo aparece é impossível notar em alguma coisa que não seja ele, além do mais, suas recentes voltas ao seus personagens clássicos faz todo mundo morrer de nostalgia e amores, salve um destaque para as ótima Robin Wright, que parece que ainda não saio de House Of Cards, mas isso combina com sua personagem, Sylviac Hoek, que tal como Ryan cumpre maravilhosamente bem seu papel, e também para Ana de Armas, que com seu holograma demonstra sua beleza tão incrível que acreditamos que é um holograma, além de fazer inúmeras metáforas sobre o amor virtual e descobertas amorosas, e o grande Jared Leto, que apesar de ter um ótimo figurino e ter uns designs incríveis em seus escritórios, sua atuação não convence e nem empolga. Denis Villeneuve emplaca outro grande filme, para mim o diretor já é um sucessor natural do grande Ridley Scott, e se Denis acabar sua carreira amanhã, já estaria consagrado. Enfim, contemplem um dos melhores filmes do ano, uma continuação mais do que digna a um dos maiores e melhores filmes de ficção cientifica de todos os tempos, bem atuado, bem roteirizado, bem dirigido, não consigo apontar um ponto fraco no filme e sim apenar o elogiar e aplaudir de pé.