Ditaduras, governos autoritários e mudança de poder sempre rendem boas histórias, há aos montes e em vários filmes, sobre vários povos e com vários desfechos. Talvez pelas injustiças que são impostas ao povo por esses regimes, ou a própria revolta do povo e é claro, a busca por algo melhor para todos, são sempre motivos e questões que se envolvem a todos os movimentos políticos.
No, filme chileno, tem todos esses pontos para contar a história de como o povo derrubou o governo autoritário de ditador Augusto Pinochet. Mas, No, não entra nestas questões a fundo para demonstrar a ditadura do Chile e sim, se concentra em Reneé, publicitário que se agrega ao movimento No, durante o plebiscito que foi feito para decidir sobre o futuro do país.
Existem várias questões ao redor e fazendo o meio de campo desse filme, sejam os que já foram citados aqui, e outros não tão comuns entre filmes com essa temática. O diretor Pablo Larraín, encanta sobre a história e por como foi montada.
A idéia de derrubar um governo ditatorial sobre a temática da felicidade é quase que batida, utópica, mas há muito mais por trás dessa máxima. Desde o anti herói que não é um militante extremo, pois, Reneé, faz parte dos 50% da população chilena que desfruta da boa vida que o governo Pinochet. Tem carro, emprego, casa e desfruta de um belo refrigerante Free e um microondas, ao desenvolvimento, do personagem para um pensamento mais amplo sobre o futuro do país, e usando de seus conhecimentos sobre publicidade para despertar um sentimento comum e positivo para a população.
Quando o filme começa a se desenrolar, a primeira coisa que se pensa é, nas propagandas do Não, vai ter que aparecer a as atrocidades impostas pelo governo, mas não é isso que pensa Reneé, e sim, de como o negativo pode se transformar em algo positivo. Se você pensar a palavra Não, ou NO, já é ruim, está relacionada a algo não muito confortável, uma negativa, e o Sim, ou Si, vem com algo bom, totalmente o oposto. É brilhante como há a modificação de pensamento se torna visível e certa para derrubar o governo do Gal. Pinochet. Através da felicidade de dizer não, se mostra uma solução para o problema do país, seja na esfera política ou social.
A abordagem do diretor no filme se torna relevante pela veracidade que se dá ao filme, seja nas filmagens, nos figurinos e no estudo que foi feito para se chegar o mais próximo do que era usada em propagandas da época. Portanto, o filme é eficaz em vários aspectos, sejam políticos, sociais, estéticos ou também utópicos.