Apresentando uma performance maravilhosa de Juliette Binoche, o filme de Bruno Dumont prende e hipnotiza quando está focando em Camille Claudel. O filme é dela, e é ela que segura o filme da lentidão e narrativa parada. E filmes assim, com ritmo reduzido, têm que ser bem desenvolvidos, e esse aqui acerta no ponto por boa parte do tempo. O que acontece é uma certa ruptura no foco do filme no terceiro ato, saindo da personagem (pela primeira vez até ali) pra focar no irmão, com um discurso desnecessário, pois poderíamos entender tudo o que o filme tentou mostrar com essas cenas intermináveis, na posterior conversa dele com Claudel.
No mais, não tem do que reclamar porque o filme é de Claudel. E Claudel é Binoche. E Binoche está absurdamente espetacular. As cenas em que ela vai do riso ao choro são de deixar sem fôlego. Destaque para a cena em que ela conversa com o médico e a câmera (num trabalho de decupagem maravilhoso) nunca a abandona: foca o tempo todo em sua face, possibilitando a atriz de dar seu show, sem absolutamente nada pra atrapalhar. Palmas a ela!!