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Lidiana C.
23 seguidores
10 críticas
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5,0
Enviada em 19 de outubro de 2013
Dirigido pelo cineasta francês Bruno Dumont que também dirigiu a obra minimalista O Pecado de Hadewjich, não se trata de um remake do filme de 1988 estrelado por Isabelle Adjani como muitos pensaram quando saiu boatos de quem uma nova obra sobre a famosa escultora francesa seria rodada. Em Camille Claudel,1915 encontramos uma mulher de meia-idade interpretada pela fantástica Juliette Binoche, já internada em um hospital psiquiátrico. Para quem não conhece a história de Camille, ela foi uma famosa escultora francesa, pupila e amante do também escultor Rodin. Vendo que Rodin não se casaria com ela, Camille decide desvincular seu trabalho e seu envolvimento do mestre e do homem que amava para seguir sua própria carreira. No entanto, o rompimento com Rodin e a morte de seu pai que era o único familiar que apoiava seu talento, culminou na perda gradativa de sua sanidade, até que por fim seu irmão Paul Claudel decide interná-la em um sanatório. Gostaria de destacar aqui, que não cabe comparações nas atuações de Isabelle Adjani e Juliette Binoche tendo em vista que são duas atrizes francesas muito talentosas e que cada uma interpretou brilhantemente Camille Claudel nos dois momentos mais difíceis da sua vida. Também não cabe aqui comparar as duas obras já que o filme de 1988 retrata a juventude da escultora seu ápice e seu declínio, já no filme Bruno Dumont o roteiro foi baseado nas correspondências que Camille trocou com seu irmão Paul e no seu lado médico. Camille Claudel, 1915 foi rodado em um hospital psiquiátrico de verdade com doentes mentais de verdade. A sensibilidade do cineasta e de Juliette Binoche para lidar com o elenco de apoio é algo surpreendente! Às vezes sentimos que Binoche parece indiferente aos internos, mas não podemos nos esquecer de que ela é Camille e que aquele mundo não é para ela. As horas parecem não passar para aquela mulher que sente-se oprimida, ela olha para o céu, a câmera focaliza a expressão de deslocamento de Juliette Binoche. Não é preciso dizer nada, entendemos o que ela sente. O que dizer sobre seus momentos de angústia e esperança? Como não se emocionar? Os jardins do hospital parecem áridos e nada tem a ver com a arte daquela mulher que não conseguia mais esculpir, que foi exilada pela família, rejeitada pelo único homem que amou. Rodar o filme em um hospital psiquiátrico e ter como elenco de apoio doentes mentais, não é caridade. Isso é tentar ser o mais realista possível para realizar um filme que pode ser considerado histórico sobre uma grande personagem! Se você não conhece Camille Claudel, assista as duas obras e aprecie a vida e arte desta mulher que merece todo nosso respeito e admiração.
Apresentando uma performance maravilhosa de Juliette Binoche, o filme de Bruno Dumont prende e hipnotiza quando está focando em Camille Claudel. O filme é dela, e é ela que segura o filme da lentidão e narrativa parada. E filmes assim, com ritmo reduzido, têm que ser bem desenvolvidos, e esse aqui acerta no ponto por boa parte do tempo. O que acontece é uma certa ruptura no foco do filme no terceiro ato, saindo da personagem (pela primeira vez até ali) pra focar no irmão, com um discurso desnecessário, pois poderíamos entender tudo o que o filme tentou mostrar com essas cenas intermináveis, na posterior conversa dele com Claudel.
No mais, não tem do que reclamar porque o filme é de Claudel. E Claudel é Binoche. E Binoche está absurdamente espetacular. As cenas em que ela vai do riso ao choro são de deixar sem fôlego. Destaque para a cena em que ela conversa com o médico e a câmera (num trabalho de decupagem maravilhoso) nunca a abandona: foca o tempo todo em sua face, possibilitando a atriz de dar seu show, sem absolutamente nada pra atrapalhar. Palmas a ela!!
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