Uma história de amor
por Lucas SalgadoWeekend conta a história de Russell, um sujeito que deixa uma confraternização na casa de amigos e decide passar por uma boate voltada para o público homossexual. Pouco antes de sair local fechar, ele conhece Glen. Esse é o ponto de partida para uma bela história romântica.
Dirigido por Andrew Haigh, o longa tem como principal mérito sua naturalidade. A partir de um tema que pode sempre levantar preconceito e intolerância, o cineasta não procura defender bandeiras, mas sim valorizar seus personagens e a história que vivem. E se sai muitíssimo bem.
Orçada em apenas 120 mil libras, a produção lembra um pouco a dupla Antes do Amanhecer-Antes do Pôr-do-Sol, trazendo muitos diálogos e uma ótima química entre os protagonistas Tom Cullen e Chris New. A diferença, aqui, é que o filme dá maior destaque para cenas de sexo, mas sempre com a intenção de construir uma relação.
Além do sexo, as drogas também ganham espaço na trama, mas novamente há de se destacar a abordagem natural para tais sequências. A obra não se preocupa em fazer julgamentos e também não defende o uso de drogas. Apenas retrata os momentos em que ocorre tal consumo, que fazem sentido no desenvolvimento do roteiro.
Contando com interessantes referências a O Senhor dos Anéis, Um Lugar Chamado Notting Hill e Uma Janela Para o Amor, Weekend chama a atenção por desconstruir algumas situações. Inicialmente, temos a impressão que Russell é o tradicional homossexual que continua dentro do armário, mas isso vai mudando com o tempo. E algo parecido acontece com Glen, mas a partir de uma posição contrária.
O filme possui uma ótima trilha sonora e merece aplausos por fazer tanto com tão pouco (dinheiro). No final das contas, o talento dos envolvidos e a bela narrativa compensa.