Esse diretor coreano tem sua formula para cinema: com personagens comuns e situações banais, ele consegue, com delicadeza e inteligência, extrair algumas reflexões e teorias. Com esse novo filme, que concorreu ao palma de ouro de melhor filme no festival de cannes 2012, não é diferente. Esse novo longa de Hong Sang-soo conta três histórias (ou três variações de uma). A diferença entre elas é discreta, mas são elas que guiam o filme. Com isso, Hong trabalha com bastante sutileza certos temas, como a forma de cada mulher de amar, a constante repetição dos homens, o tratamento que os coreanos dão aos estrangeiros, a falta de auto-conhecimento, os costumes de uma civilização e como o estado de espírito muda nossas ações. A câmera de Hong é sóbria, mas se faz presente em seus closes desconcertantes. E o roteiro, de autoria do cineasta, é bem amarado e possui algumas boas sacadas. Valorisando o material, Isabelle Huppert faz o papel das três protagonistas, todas interpretadas com sutileza, naturalidade e pequenas diferenças entre elas. Outro destaque é o atrapalhado, ingênuo e sedutor salva-vidas, interpretado com muito carisma por Yoo Jun-sang, que trabalhou com o diretor em seu fime anterior “HAHAHA”. O estilo realista somado a história que, de certa forma, se repete, deixa o filme com um ritmo moderado, mas a personalidade do diretor, dono de um humor peculiar e uma forma interessante de demonstrar as possibilidades da vida, sobressaem. Muito delicado e interessante.