Despretensiosamente sentei em minha poltrona para ver o que me esperava, afinal eu havia sido frustrado no ultimo filme de F1 que ví (o fiasco Drivens protagonizado por Sly em 2001), confesso que nao vi o trailer e tao pouco li a sinopse e por conta disto estava preparado para "criticar" um filme de corridas sem saber quem era o diretor, produtor ou os protagonistas da trama.
Logo no inicio fui apresentado a 2 personagem que de imediato me causaram espanto ao saber que se tratavam de Nik Lauda e James Hunt, grandes pilotos de F1 na década de 70 do qual eu havia houvido falar muito quando criança, mas isto não foi o que me chamou mais a atenção, no decorrer dos primeiros 20 minutos enquanto eu tentava analisar roteiro, fotografia, som, direção, etc, me deparei com o antagonismo dos personagens: Lauda o cético, metódico, calculista e certeiro, de outro lado Hunt o fanfarrão, beberrão, mulherengo e imprudente. Filosoficamente falando o lado negro e e lado branco, o homem da razão e o homem da fé, um piloto pratico na sua vida e em suas corridas, contrapondo o que aproveita o trabalho e a vida no que ela tem de melhor.
Neste momento me vi obrigado a escolher um lado, afinal este filme não tinha um protagonista e sim dois no qual obviamente me identifiquei com um deles. Quem me conhece sabe, sou mais emocional do que cético e inevitavelmente me deixei levar pela emoção do filme deixando de lado qualquer critica e/ou análise que estivesse disposto a fazer.
Teorias racionais deixadas de lado, decidi mergulhar na trama sem medo, foi uma experiência fantástica! Percebi que não se tratava de um filme de F1 apenas, mas sim a historia de dois grandes pilotos que este esporte já teve, cada um com suas particularidades, carismas, filosofias e quais quer mais adjetivos. O filme se passa na década de 70 e na primeira meia hora temos aquela sensação de um épico, quando o tempo passa muito depressa, é aí algo me chama a atenção pois não há romances a moda cinema americano fugindo dos clichês pacionais, fiquei aliviado. A ambientação setentista esta ótima incorporando elementos atuais de cinema como câmeras, ângulos e tomadas diferentes o que me fez por alguns momentos me confundir se o filme era recente ou antigo. Tive a impressão de que algumas cenas foram montadas com imagens reais das corridas da época porem sem desacreditar no que via.
Rush - No limite da Emoção, tem um nome que não condiz com o que realmente é mas tirou meu folego e me colou na poltrona me envolvendo durante toda a sessão, seja pelos diálogos maravilhosos com tons filosóficos, de que gosto muito, mas tambem pelas cenas de corrida com derrapagens e ultrapassagens dignas de suspiros. Ao final da sessão, durante a contemplação dos créditos, ainda fui surpreendido ao saber que o diretor é Ron Howard (Cocoon, Apolo 13, O Grinch, Uma Mente Brilhante e Anjos e Demônios) e a trilha sonora composta pelo fantástico Hanz Zimmer (Homem de Aço, Batman, A Origem).
Saí satisfeito da sala de cinema.
Um filme, um documentário histórico, uma produção pipoca?
Não sei, só sei que foi assim!
Mr. Hendrickson