Quando se pensa em espionagem nos cinemas, logo vem a cabeça os grandes filmes de James Bond. Com toda aquela produção com aqueles grandes e belos carros, linda mulheres envolvidas e todo aquele glamour e elegância digno do agente 007. Mas no filme O homem mais procurado a espionagem ganha outra roupagem, uma mais realista para o assunto espionagem, assim como o terrorismo, nada de extremismos radicais religiosos e estereótipos forçado, e sim, algo mais diplomático e perigoso.
Talvez o começo do filme seja um pouco cansativo, pois, não temos aquela velha fórmula de passar nos primeiros 15 minutos tudo para quem assiste necessário para entender e continuar assistindo. Num emaranhado de diálogos longos, a confusão se torna impossível de não se fazer presente para quem assiste, e pode deixar apático o filme, mas logo, temos o que há de melhor no filme, o prazer da dúvida.
Ninguém sabe ao certo quem é o vilão, quem é o mocinho. Ninguém entende o certo quais são as intenções do Gunther Bachmann, vivido por Philip Seymour Hoffman, e quais são os propósitos deles, e isso começa nas suas atitudes com suas fontes, pois, não é entendido aonde quer chegar. Ninguém entende o que quer na realidade o emigrante checheno Issa Karpov. Com uma quantia significativa em dinheiro, o risco é eminente.
E, isso torna o filme atraente para quem assiste, pois, não se tem ao certo quem é o vilão, quem é o herói. A saída e a entrada de personagens e seus interesses ocultos para maioria torna um complexo e paciencioso jogo de espionagem. Mas sempre respondendo a todas as questões de forma coerente e realista para todas as linhas que surgem no decorrer do filme.
O diretor é brilhante em cada cena ao ar livre e em ambientes como os esfumaçados cafés de Hamburgo. E a escolha de tom amarelado para qualquer cenário fica simples e eficaz.
Portanto, o filme O homem mais procurado é feito para ser visto do alto da compreensão adulta. Nada de jogos demarcados para temas mais que feitos no cinema, e sim, com uma visão particular cheia de reviravoltas e mistérios. Assim, constrói sua critica ao terrorismo, sem usar de estereótipos dos homens bombas, e sim tentar compreender sobre quem financia aquele homem bomba. E sua critica a espionagem e forma com que cada país lida com o terrorismo, alguns querem apenas ser os astros de rock que querem aparecer, outros querem combater o terror no mundo.