Divergências da boas...
Séries voltadas para o público juvenil ganharam foco com a notável popularização de Harry Potter, que por sua vez abriu espaço para grandes franquias no cinema como Jogos Vorazes, Maze Runner e este interessante Divergente.
Nesta produção dirigida pelo americano Neil Burger, vivenciamos uma sociedade pós-apocalíptica que se mantém isolada por trás de um estranho muro e dividida por 5 diferentes facções que, em tese, possuem funções e responsabilidades para garantir o cotidiano desta população futurista. A protagonista Beatrice "Tris" Prior (Shailene Woodley) faz parte da facção Abnegação, mas aos completar 16 anos, decide mudar para Audácia e se unir ao grupo dos corajosos que precisam treinar e desenvolver suas habilidades para defender a cidade onde vivem, Chicago.
Boa parte parte do desenvolvimento da história mostra o treinamento de Tris e de sua facção, sendo aos poucos temperada pela trama secundária que envolve o controle da sociedade por outra facção, ainda que pelo uso da manipulação. Temos também, mesmo que de forma parca, o desenvolvimento de personagens secundários, como o lendário Quatro (Theo James), Peter (Miles Teller) e Eric (Jai Courtney), sendo este último responsável por boas doses de reviravolta na trama.
Definido como filme de ação, Divergente de fato tem algumas cenas até interessantes, muitas delas provenientes dos treinamentos, já que o orçamento apertado não propiciou abusar de doses com efeitos visuais, ainda que estes estejam lá.
Apesar do contexto apocalíptico e de um suposto governo opressor que deseja tomar o poder, o filme ainda consegue convencer sem soar forçado ou necessitar da leitura dos livros de Veronica Roth, pois apesar das diversas reviravoltas surgirem ao longo das 2h e 20min, o roteiro ainda foca na tensão e preocupação com os conflitos pessoais da protagonista, deixando pontas soltas mas sem que isso prejudique a diversão do espectador.