Esse filme é uma piada sem fim. Tanto do ponto de vista histórico , quanto do cinematográfico .
O trecho bíblico que fala de Noé é curto , portanto entendo que o diretor e o roteirista se obriguem a tomar certas liberdades para desenvolver a história . Mas Darren Aronofsky exagerou demais na dose. O curioso é que ele é judeu , deve conhecer o assunto do qual escreve , mas duvido que seja um crente . Acho que seus motivos são outros . Só ele pode explicar.
Ele subverte ao limite a narrativa bíblica que é clara e até simplória , tamanha simplicidade. Ele cita os anjos caídos , que o ajudam mais que o próprio Deus . Que é chamado de Criador o tempo todo e nunca fala com Noé , o que acontece , segundo a Bíblia . Na Bíblia fica claro que os filhos de Noé tinham esposas. No filme o desespero de um de seus filhos , Cham , por uma mulher é ridículo .Podiam ter colocado Charlie Sheen no papel. Faria mais sentido.
Noé , a partir de um certo momento, entra em crise ( o que e decide que a raça humana deve ser extinta .Começando por seus netos. Tubal Cain , descendente de Cain , consegue inexplicavelmente uma vaguinha na Arca . E quase mata Noé . Nada disso é citado na Torah ou na Bíblia Cristã.
Por fim , temos o figurino , aparentemente baseado em Mad Max . Que solução ...
Do ponto de vista de cinema , o filme é ok , com efeitos especiais razoáveis ,boas interpretações de atores ótimos , especialmente Ray Winstone , estupendo como sempre . Mas , caramba, estamos falando de uma das histórias mais conhecidas do mundo , A Arca de Noé . Merecia mais , muito mais.