Bom, temos um ateu fazendo um filme bíblico, o título é "Noé" - as inconsistências já começam aí. Vendo o trailer e sabendo que o papel principal será de Russel Crowe, podemos até pensar que o filme é bom e vale a pena, afinal um ator como ele não faz qualquer porcaria, certo? Ok, temos uma história estranha e bizarra onde muita fonte deve ter sido usada como referência, menos a bíblia.
Conseguiram pegar a história de Noé e estragá-la - história essa que possuí vários elementos que poderiam ter sido explorados, mantendo, é claro, o mínimo de respeito à Bíblia. No filme temos um Noé fanático, que descobre que Deus trará um dilúvio por meio de visões, um cenário esquisito que mais parece uma pedreira. Temos o personagem bíblico Metusalém interpretado por Anthony Hopkins, que no filme esquecem de mencionar que ele possuía 969 anos, o que é uma aspecto interessante sobre a longevidade dos homens naquela época - é representado por um velho com poderes sobrenaturais, no estilo senhor dos anéis, vive numa caverna e é obcecado por "frutinhas silvestres". (Isso é sério, ele fala disso o filme inteiro!) No filme, Metusalém acaba morrendo no próprio dilúvio, o que é mentira, na Bíblia ele faleceu no ano do dilúvio e não no próprio - ponto importante se você for considerar o dilúvio como o resultado de uma execução divina contra os maus, o que não era o caso, pois Metusalém pertencia à linhagem de Sete, que era leal a Deus.
No longa existe muita confusão sobre quem será salvo do dilúvio, qual é o critério para ser salvo, quando começará, até mesmo Noé não sabe ao certo se ele e sua família serão salvos. Fica a ideia de que o dilúvio teria o objetivo de salvar o planeta terra da destruição "ambiental", uma outra distorção para apoiar o tema atual e politicamente correto do aquecimento global - na verdade o dilúvio foi por causa do homem, pela degradação moral naqueles dias.