O filme original de 1976, dirigido por Brian de Palma,
em si, já abordava várias polêmicas apoiadas na história do filme; o que a gente tinha era uma adolescente que sofre opressão religiosa da mãe e é zombada por alguns colegas de escola, que passam a zombar mais ainda dela depois que ela menstrua no banheiro no fim da aula de educação física e pensa que vai sangrar até morrer. Então, uma das meninas que zombou da Carrie se arrepende e e decide convencer o namorado a convidar a menina para o baile de formatura do colégio. Lá, outra das meninas planejou uma armadilha para a Carrie, sem saber que a menina tinha poderes paranormais perigosíssimos, que iria se manifestar principalmente se ela estivesse com raiva.
O filme trazia polêmicas referentes à adolescência, puberdade, religiosidade e também um tema que mal se discutia nos anos 1970 e mal se tinha uma denominação: o bullyng. Então esse novo filme, da Kimberly Peirce, que é a segunda refilmagem do filme, é a prova que a história do Stephen King é absolutamente inovadora e atemporal.E, embora seja extremamente exagerado no que diz respeito à efeitos visuais e violência, essa nova versão de "Carrie - A Estranha", me surpreendeu.
O filme traz tudo o que o Brian de Palma queria dizer sobre todas aquelas temáticas para o mundo atual; o mundo da internet, o mundo mundo moderno. Todos os personagens do filme original foram "traduzidos" para a linguagem exata dos da atualidade, principalmente os jovens populares. Já ouvi muitas críticas relacionadas à personagem da Margaret White, a mãe da Carrie; que não existem pessoas assim hoje em dia, dessa forma tão radical... Bom, o fato é que realmente é difícil encontrarmos pessoas assim atualmente, mas se as pessoas com esse tipo de mentalidade da época se isolavam, como é típico das histórias do Stephen King, elas isolavam suas próximas gerações também, que, por sua vez se isolavam. Por tanto, ainda podem haver mentes tão radicais e conservadoras.
O filme realmente é exagerado no ponto de vista de efetos visuais e violência, muito mais do que o antigo, mas até certo ponto, isso é uma qualidade; é mais uma "tradução" para o mundo atual do que o filme queria dizer em 76. As atuações são incríveis; de início, não achei que a Chloe Grace Moretz fosse dar conta de uma personagem dessa, levando-se em conta que ela é bonita demais para o papel, mas tanto ela quanto Julianne Moore, que, aliás, é sempre ótima, desempenham brilhantemente os seus papeis, intensamente e dramaticamente.
Meus parabéns à adaptação fidelíssima, tanto ao filme original como ao livro, ao elenco maravilhoso e à direção viva e intensa da Kimberly Peirce.