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    Carrie - A Estranha
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    3,7
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    162 Críticas do usuário

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    Rosana M.
    Rosana M.

    8 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    Se eu digo a palavra Monstro, é bem provável que você conjure, em sua imaginação, um dos Kaijus gigantescos de Círculo de Fogo ou a criatura de Victor Frankenstein. O conceito de Monstro, na antiguidade, é bem diferente. A palavra “mostrar” e “monstro” dividem entre si uma raiz, e o Monstro é a materialização de um alerta – e surge para mostrar que algo não está correto. A criatura de Frankenstein é um mostro dos limites da ciência, Drácula um monstro do poder da aristocracia, Godzilla (ou Gojira), um monstro do desrespeito ao meio ambiente. A mãe de Carrie a percebe, desde seu nascimento, como um monstro – a materialização do seu próprio “pecado”, o do desejo sexual. Mas é a sociedade que torna Carrie um dos mais impressionantes monstros do cinema e literatura modernos – ela é um aviso, polivalente e complexo, dos perigos do bullying, do desrespeito às diferenças, da violência e da crença religiosa cega.

    Ninguém decide refilmar um clássico de gênero, e um clássico do cinema em geral, e espera que não existirão comparações com o original. Kimberly Peirce se escondeu atrás da velha desculpa de “não é um remake, e sim uma readaptação do material de Stephen King”. Mas sua versão para a história de Carrie nasce em um mundo prévio, que já conhece a película filmada em 1973 por Brian DePalma. Nos afastando das comparações, o máximo que pode ser dito do novo Carrie é que, como uma obra isolada, é um horror adolescente medíocre ou um piloto para uma série duvidosa da CW. Comparando com a versão original? Deixa de ser medíocre e se torna um insulto.

    É fácil partir imediatamente para o ataque ao filme mirando no seu possível elo mais visível, a interpretação de Chloe Moretz. A escolha de Chloe para o papel foi controversa (eu me juntei rapidamente ao coro que apontava em Chloe uma ausência de fragilidade, elemento essencial para a personagem). Até a cena pivotal, do Baile, Chloe é na verdade um destaque positivo do filme, sorrindo em seus poucas experiências com a normalidade, um sorriso doloroso, meigo. Julianne Moore comanda suas cenas como Margaret White, que ganha ares menos assustadores que no filme de Brian DePalma, mas é humanizada. O grande erro no tratamento de Margaret nessa versão está na sequência de abertura, que não apenas coleciona erros de continuidade (ninguém no set ou na edição reparou nisso?), mas é quase cômica em sua improbabilidade.

    Até a cena do baile, apenas um erro se sustenta nesta versão: o excesso de demonstrações dos poderes de Carrie. Ao invés de trabalhar e construir o personagem, Peirce estoura lâmpadas, explode bebedouros, levanta camas, quebra portas, e torna difícil a crença de que ninguém ao redor de Carrie percebeu que a garota possuia poderes – e que esses poderes eram desencadeados pela ira. Sobre fidelidade à obra literária, pouco posso dizer, mas as mudanças descomplexificam Carrie White.

    Mas é no baile que a mistura desanda, de vez. Carrie, ao invés de perder o controle de seus poderes em uma explosão de raiva, vergonha e sofrimento, persegue e mata cada um de seus antagonistas, direcionando seus poderes com mãos de Jedi, enquanto Kimberly filma as mortes como em uma sequência da série Premonição. A exploração da violência é predatorial, barata, e este é um filme “Bully”, perdendo assim seu sentido original. No final, tudo é explicado em frases de efeito e imagens de luto, esmagando a sutileza narrativa que coexistia sim, no original, com o visual kitsch.

    E, exagerando ainda mais nas exigências, não é estranho pensar que Kimberly colocou a inocente Sue, morena no filme original, loira, e a vilanesca Chris, loira no filme original, agora morena, de traços étnicos?

    Você consegue se lembrar de algum remake recente de horror que é MAIS SUTIL que o original? Para satisfazer as necessidades de catarse de um público que, com 12 anos de idade, já lotava filas para Torture Porns como Jogos Mortais, um público que já não se assusta com nada (e não paga ingresso se tais sustos não forem prometidos, afinal, pouco importa uma narrativa satisfatória), o remake deve sempre ser maior, mais lotado de efeitos especiais, mais violento, mais… óbvio.

    Um exercício interessante de revisionismo histórico: e se o filme original nunca houvesse existido? Dessa maneira, uma história que hoje é parte do repertório permanente da cultura pop, uma obra-prima (mesmo em todas as suas imperfeições e exageros datados) inesquecível, seria apenas um filme de entressafra esquecido em 6 meses, um ano. Ainda bem, para todos nós e para a história do cinema, que DePalma chegou primeiro.
    Gabriel V.
    Gabriel V.

    8 seguidores 6 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    O novo filme da premiada diretora Kimberly Pierce, de “Meninos Não Choram”, é o remake de “Carrie- A Estranha”, clássico do terror baseado na obra de Stephen King e imortalizado por Brian De Palma e Sissy Spacek no filme de 1976. O longa estreia sexta-feira nos cinemas.

    Sinopse: Carrie retrata um grande desastre ocorrido na cidade americana de Chamberlain, Maine, destruída pela jovem Carietta White. Nos anos anteriores à tragédia, a adolescente foi oprimida pela sua mãe, Margaret, uma fanática religiosa. Além dos maus tratos em casa, Carrie também sofria com o abuso dos colegas de escola, que nunca compreenderam sua aparência, nem seu comportamento. Um dia, quando a jovem menstrua pela primeira vez, ela se desespera e acredita estar morrendo, por nunca ter conversado sobre o tema em casa. Mais uma vez, ela é ridicularizada pelas garotas do colégio. Aos poucos, ela descobre que possui estranhos poderes telecinéticos, que se manifestam durante sua festa de formatura, quando os jovens mais populares da escola humilham Carrie diante de todos.

    O longa, até certa altura, mais parece um filme jovem teen sobre bullying: os temas abordados não deixam de ser bastante atuais, como por exemplo, a tecnologia usada de forma pejorativa, que facilita as ações do bullying, o que no filme é bem explorado. Quando na famosa cena do desespero no banho, além de “zoar” Carrie, as meninas filmam tudo para postar na internet e fazer da menina a chacota da escola. O filme não é tão pesado quanto o original (de 1976), não no quesito sangue ou violência, mas na questão do clima e das tensões.

    O grande destaque do remake é o elenco, principalmente a veterana Julianne Moore que se mostra uma mãe diferente da Margaret White original (interpretada por Piper Laurie). A mãe interpretada por Moore não é apenas a fanática religiosa que atormenta a filha (como Laurie), é uma mulher com sérios problemas mentais, que se automutila para não se sentir culpada e é totalmente fora da realidade. Todos os méritos vão para atriz, que soube passar toda a loucura da personagem de maneira brilhante.

    A protagonista Chloe Grace Moretz é uma excelente atriz, tão jovem e já com personagens tão marcantes (como a Hit-Girl dos filmes “Kick-Ass”) porém, não convence muito como “coitadinha”. Contudo, consegue criar uma nova identidade com Carrie, que, em certos momentos, questiona a mãe e quer parecer o mais normal possível, ao mesmo tempo em que vive no mundo reprimido e de completa solidão. É quase impossível não sentir compaixão para com ela enquanto ela chora ou implora. Chloe difere um pouco da ótima Sissy Spacek que aí sim era indefesa e totalmente esquisita. A Carrie de Sissy tinha um tom sombrio nela, e o público sentia apreensão, em comparação com Chloe, que parece mais inocente.

    Vale lembrar que várias jovens atrizes fizeram testes para estrelar o terror; entre elas: Dakota Fanning, Emily Browning, Bella Heathcote, Haley Bennett, Lily Collins, Hailee Steinfeld, Lindsay Lohan (que era a favorita de Stephen King) e Megan Fox.

    O resto do elenco (Judy Greer é Miss Desjardin, Gabriella Wilde é Sue Snell, Portia Doubleday é a terrível Chris Hargensen e Ansel Elgort é Tommy Ross) exerce um bom papel.

    A tão famosa e esperada cena (do banho de sangue no baile de formatura) é muito bem feita e causa muita apreensão ao público (assim como no filme de 1976), é interessante torcer para que nada disso aconteça, mesmo sabendo qual será o trágico desfecho da história.

    Apesar dos pontos positivos, o filme é um remake em parte desnecessário. “Carrie- a Estranha” perdeu um pouco de seu medo e agora parece mais triste e tecnológico ao invés de assustador. É uma homenagem visível a obra de Brian De Palma com cenas e diálogos realmente muito parecidos com o original.
    Anthony M.
    Anthony M.

    6 seguidores 2 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    Bom Stephen King escreveu uma garota feia...O que é mostrado nos outros filmes...Mas esta Carrie é extremamente bonita para a personagem...Fora isso, o filme me parece encher os olhos, devido á produção e o elenco! Me espelho muito na Carrie pois á dois anos eu sofria muito de bullying, e sentia vontade de vingar de todos, mas as vezes o silencio e a calma é a melhor resposta!! Pois bem, Carrie- A Estranha é um excelente filme, bem do meu estilo ( Terror/Drama), eu meu me entusiasmei tanto, que até baixei o Trailer no meu computador e mostrei pra vários amigos...pena que eu vou ter que esperar lançar em DVD pois na minha cidade, o cinema mais próximo fica á 48 Km daqui....Porém eu vou até lá só pra ver ou então esperar com paciência mesmo, porque eu acho que este será o melhor remake dos 3....
    Victor S.
    Victor S.

    11 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    Assistir a Carrie (2013) sem lembrar de Carrie (1976) é difícil, a não ser que não tenha assistido este. Muito se fala sobre a relevância dos remakes para o cinema, citando muitas vezes o fato da proximidade dos filmes. Acredito que “Carrie” de 2013 tem seu valor individual e pode ser visto independe da primeira versão, no sentido de ser assistido por si só. Como muitas obras do cinema, Carrie (2013) tem seu valor e justificativa de existir em se tratando de fazer cinema para o ano em que foi feito, tendo conhecimento do tempo em que está inserido. Ainda levando em consideração essa característica de tempo, pode-se dizer que Carrie foi uma bem sucedida trama feita primeiramente em 1976 que fez, posteriormente, surgir na cabeça de diretores a idéia de regravá-la, regravá-la, regravá-la... mas não com o intuito de promover uma série atoa de remakes, e sim com a vontade de mostrar em diferentes épocas assuntos que permanecem “martelando” no convívio social – como a opressão de jovens adolescentes nas escolas e as conseqüências disso. Com a série de refilmagens, vem também a expectativa por novas abordagens dos diretores no enredo e, claro, a curiosidade pelas novas cenas baseadas nas já conhecidas de Carrie (1976). Portanto, o filme Carrie (2013) não merece ser desmerecido. Esse filme faz parte de um grupo de três com o mesmo nome e que se agregam em suas diferenças. São acontecimentos como esse que fazem o cinema se renovar e nos encantar.
    Larissa A.
    Larissa A.

    1 seguidor 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    Realmente é um ótimo filme! E fiquei feliz com a notícia do remake. A Cholë Moretz é uma boa atriz e estou assustadoramente animada para ver este filme no cinema. O filme fala de um problema muito sério, que antes não era tão retratado como hoje em dia: o Bullying. Carrie, A Estranha é um filme dotado de críticas ao Bullying e ao fanatismo pela religião. Eu me impressionei no original, e vou amar ver a regravação...
    ElPoke
    ElPoke

    16 seguidores 10 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    Eu já havia postado em outro blog o quanto eu odeio o Bullying, prática de brincadeiras maldosas que tendem a, literalmente, quebrar o espírito da ofendida. Vemos casos por aí de pessoas que realmente tiram a própria vida porque simplesmente não aguentam mais a pressão de ser sempre alvo das piores brincadeiras na instituição de ensino. E quanto à “Instituição de Ensino”, eu não quero me referir somente à faculdade, mas sim em um âmbito geral, seja escola primária, secundária, etc.

    As coisas pioram ainda mais quando temos a questão Bullying X Fanatismo Religioso. Não sou contra (algumas) crenças religiosas, tenho meu ponto-de-vista e os defendo dentro dos meus limites. Mas quando a religião vira fanatismo, uma pessoa vira vítima duas vezes: em casa e na escola.

    Carrie é um filme que eu presenciei, literalmente, pessoas abandonando a sala de cinema consternadas. E por causa disso, atiçou ainda mais meu gosto por esse que eu considerei o filme de terror do ano.

    Quero deixar claro que, tal qual o título da postagem, Carrie não é para todo mundo. E eu vou (tentar) explicar por que.

    O filme é cuidadoso, em partes, ao mostrar a situação emocional de Carrie White, uma menina criada pela mãe esquizofrênica com um entendimento todo próprio da bíblia, que enfrenta toda a antipatia da escola, que a consideram uma aberração.

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    O crescimento do filme não é aquela coisa repentina. Ele te prepara dos três lados possíveis: a questão de vingança de Chris Hargensen, impedida de ir á festa de formatura por conta de bullying praticado contra Carrie; a busca de redenção de Sue Snell, que se sente culpada por ter participado da brincadeira; e o da própria Carrie, no confronto com sua mãe e na tentativa de entender seus poderes.

    Com todo esse banquete de informação bem montada, temos o tão aguardado clímax, em um evento diabólico, que leva Carrie ao total desequilíbrio. E é AQUI que a coisa engrossa. Depois eu explico o motivo.

    Carrie não é um “remake” do filme de 1976, com Sissy Spacek e John Travolta. Ele é mais condizente com a história do livro de Stephen King, o que me deixou extremamente confortável. A atuação de Chloë Grace Moretz ainda não é a melhor, mas ela está se esforçando ao máximo. Juliane Moore é uma das minhas atrizes prediletas, e mais uma vez ela entrega uma representação majestosa.

    O time das “amiguinhas” do colégio é composto por verdadeiras beldades, como as gêmeas Karisse e Katie Strain, cada uma mais linda que a outra, Portia Doubleday e a super insossa Gabriela Wilde. Podiam ter escolhido uma atriz melhor para interpretar Sue Snell, a personagem com maior projeção na história. O filme é dirigido por Kimberly Peirce, de Stop-Loss e Meninos Não Choram, mostrando que ela também manda bem num 2

    Agora vem a parte pessoal…

    Eu fiquei espantado ao ver que, enquanto Carrie White sofria todo tipo de humilhação, a sala permanecia quieta. Na hora que a menina “quebra” e enlouquece, todo mundo começou a sair. Sério mesmo, quando o filme acabou, só havia 3 pessoas na sala!

    E eu lá, na penúltima fileira, pensando: “É exatamente isso que acontece! As pessoas acostumaram-se a ver o ponto de vista das pessoas que praticam bullying. Eles esperam que alguma coisa seja feita, mas não querem VER o que será feito. Um exemplo? Amanda Todd. Rebecca Sadwick. Casey Heynes (o famoso “Zangief Kid”). Quando eles reagiram, provocou indignação de todo mundo. Duas delas, coitadas, tiraram a própria vida!

    Porque é mais fácil ver a pessoa sofrendo agressões constantes, e é tão difícil ser conivente com a reação? É mais simples falar “Carrie era louca!”, “Ela sempre foi estranha mesmo…”, mas é extremamente difícil tentar entender todo o tormento psicológico sofrido, tendo como o ápice a humilhação pública, numa noite que ela imaginou como “perfeita”. Muitas pessoas ainda seguem a premissa de “cada um com seu cada qual”, cuidando dos seus problemas, sem notar que essas pessoas que sofrem precisam de ajuda. Quando não encontram, eles não tem outra alternativa a não ser resolver do seu próprio modo, seja aplicando um balão no ofensor, seja engolindo litros de alvejante.

    Enfim, Carrie, a Estranha NÃO é um filme para todas as pessoas. Os temas abordados são fortes, a vingança de Carrie foi retratada com uma riqueza incrível de detalhes, com efeitos especiais magníficos. Mesmo assim, a película tem todo o tom sépia, como se mostrasse que até os momentos felizes daquela menininha sofrida era uma ilusão.

    Recomendado com reservas.
    rafael N. Ferreira
    rafael N. Ferreira

    3 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    Bem no primeiro Carrie, nos anos 71, com tele mudanças claras em 2002, como ela estuda os seus dons, com ela utiliza os seus poderes quando cai aquele sangue de porque nela.
    agora nesse moderno Carrie, a estranha vamos ver como será pra utilizar-la e o final diferente.
    Não logo se os outros derem nota baixar tem que ver pra crer, to ansioso pra assistir ^^ spoiler:
    Yuri H.
    Yuri H.

    15 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 6 de dezembro de 2013
    A tão aguardada nova adaptação de Carrie, a Estranha veio com a seguinte proposta: reformular o clássico livro de Stephen King num emocionante e impressionante filme. Uma nova visão da obra.
    Porém não é isso que o filme nos trás. Na nova adaptação (sou um dos contras ao termo “remake”, já que esse filme, em particular, veio com a proposta de adaptar o livro, não de refazer o filme de 76), há muito do mesmo e pouca originalidade para um filme cujo proposta era revolucionária.
    Se preocupando muito mais com efeitos especiais, e não com a história em si, o filme decepciona uma boa parte dos que esperavam uma boa adaptação. Mas para quem vai por entretenimento, digamos que irá agradar a maioria.

    A história de Carrie, como a maioria já sabe, é aquele clássico conto da menina retraída, tímida e que sofre bullying na escola, pelas outras meninas “populares”.
    Como já esperado, Carrie tem um diferencial: poderes telecinéticos, a qual ela não consegue controlar e não sabe a hora ou o lugar que esses poderes vão ser liberados. Em meio a tudo isso, a menina ainda tem uma mãe que a retrai de um jeito quase ridículo, já que ela é extremamente fanática religiosamente, e chega a considerar menstruação uma penitência de Deus a Eva.

    O filme não tem tanto conteúdo religioso quanto a obra original escrita por King. Senti que quiseram evitar isso para que não haja mais polêmica que já há em cima dessa obra. No entanto, na ausência desses conteúdos religiosos, somos recompensados por ótimas cenas de discussões entre Chloe Moretz e Julianne Moore (Carrie e Margaret White, a mãe fanática, respectivamente), que rendem ótimas (repito: ótimas) interpretações das duas em cena. Na verdade, as poucas cenas boas de Carrie, a Estranha se devem as ótimas interpretações das duas.

    Julianne encarna mesmo a fanática Margaret White, tendo surtos psicóticos, e fortíssimas cenas de auto flagelação. As expressões da atriz produzem um efeito incrível em quem assiste, conseguindo passar as sensações certas da personagem insana.

    Também tem espaço para a interpretação de Chloe Moretz, mediana em relação a de Julianne Moore (não esperava que fosse superar a dela), porém muito boa por si só. A atriz mirim que vem conquistando bastante gente ultimamente, consegue ter uma das melhores interpretações da sua carreira até agora.
    Pra quem dizia que ela não conseguiria encarnar a estranheza de Carrie, creio que vai ter que dar o braço a torcer dessa vez.

    A menina faz expressões muito boas, passando a sensação certa de raiva, timidez, retraimento... enfim, diferenciando-se da sua atuação que o público viu em Kick-Ass ou outros filmes da garota, na qual ela faz bastante bico e age artificialmente.
    É claro que nesse ela não perdeu tudo dessa característica. Há cenas em que os bicos e as mexidas de sobrancelha ainda irritam bastante porém estão bem amenas.

    A relação de mãe e filha não é muito explorada nesse filme, como no livro. No livro somos introduzidos de forma muito mais profunda ao ponto de vista de cada uma em relação a outra, como Carrie vê a mãe, e como a mãe vê Carrie. Nesse filme não vemos nada mais que mãe maltratando filha chegando a parecer por pura maldade, sem o assunto ser aprofundado, o porque de Margaret maltratar tanto a filha, forçando ela a rezar, trancar-se em um armário apertado e escuro...

    As coadjuvantes que interpretam Chris (uma das que fazem bullying com Carrie), Sue (essa também faz bullying com Carrie, porém tem um diferencial) e a professora Desjardim (essa faz o papel de toda professora: proteger Carrie), fazem um bom trabalho mas nada muito notório para um filme em que há muito mais coisas a avaliar, como os efeitos.

    Os efeitos de Carrie são uma coisa peculiar: eles são extremamente exageros e usados de uma forma que você olha e pensa: pra que tudo isso?
    Porém são de qualidade. Não há nada artificial no filme, é tudo bastante verossímil, o problema é o uso constante e sem precisão destes.
    O filme se desenvolve de forma rápida, com cenas boas, e bastante fortes que justificam sua classificação R pros Estados Unidos (no caso, é o +18 aqui do Brasil).

    Porém, o grande defeito e que persegue o filme do começo ao fim é a quebra da promessa de ser algo inovador para a obra. A diretora Kimberly Pierce, sinceramente, mentiu feio para os fãs da obra, ou até mesmo pra quem não é fã, declarando que sua adaptação seria diferente das outras.
    Há cenas que são simplesmente exatas ao filme de 76 dirigido por De Palma, cada fala, cada movimento de câmera. As poucas coisas originais que o filme trouxe não foram completamente satisfatórias, ou é muito exagerado, ou simplesmente errado, não se encaixa na história.

    Carrie, a Estranha talvez só satisfaça por completo quem nunca viu o de 76 e só leu o livro, ou pra quem não leu nem viu nenhuma das adaptações. Já pra quem viu o filme de De Palma, é simplesmente mais do mesmo. Infelizmente, as poucas boas cenas (tem algumas mudanças que resultaram em ótimas cenas), não compensam a cópia exagerada do de 76 que resultou esse filme.
    Dói, como fã de Carrie, dizer que esse filme é desnecessário e irrelevante, e só funciona como entretenimento. Não tem nem o impacto e nem nos toca como o filme de 76. Simplesmente não superou o clássico.

    Resumindo, é um filme completamente comercial. Grande parte do filme transformou a história profunda de Carrietta White sobre bullying, fanatismo e maltrato, em um blockbuster para agradar a massa.
    Thiago O.
    Thiago O.

    22 seguidores 9 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 9 de janeiro de 2014
    Remakes são bem complicados ! Conseguir fazer uma refilmagem boa e um tanto difícil , Exemplos disso são A morte convida para dançar , A hora do pesadelo ,natal negro etc.. remakes que cagaram com o original !
    Carrie e um dos meus Clássicos preferidos , sua refilmagem de 2002 , apesar de não superar , Consegue Ter cenas boas , principalmente no baile !
    Agora 2013 , chloe uma otima atriz ! O filme em si e bom ,mais não tem como se igualar com o original , tem seus erros e tudo mais ! O roteiro e bonzinho !
    RESUMINDO : Um filme assistível !
    Patrícia V.
    Patrícia V.

    12 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 7 de dezembro de 2013
    Um remake de um filme baseado no livro de Stephen King, bem antigo, mas com um tema muito atual, digamos. Apesar dos poderes telecinéticos da personagem Carrie, ela retrata muito bem o que acontece com jovens que não estão entre os padrões lançados pela mídia. Carrie é uma adolescente que tem uma autoestima baixa e sofre pela criação dada a ela pela sua mãe, uma mulher cristã doentiamente fundamentalista, que interfere muito na personalidade da filha que se fecha para o mundo por conta das crenças e condenações de sua mãe. Contudo, Carrie quer ser uma adolescente normal. Por ter seu psicológico muito alterado pela influência da sua mãe, ela vai ser motivo de zombaria e brincadeiras cruéis pelos seus colegas de escola. Depois de um episódio no baile, ela irá se rebelar com seus poderes contra todos os que a maltrataram, de uma maneira extrema e radical.
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