As interpretações dos três protagonistas estão muito boas. Cassel fazendo o seu tipo típico, bem como sempre, Rosario Dawson surpreendendo legal, não esperava uma atuação boa dela. O destaque acaba ficando pro McAvoy, por ele ser tão bom (e subestimado), mas principalmente por seu personagem ir de um extremo a outro: é o que mais dá abertura pra um ator desenvolver uma boa performance. E ele tá excelente.
Em Transe tem um roteiro muito pouco linear, fraco mesmo, com umas saídas meio fáceis (no limiar do absurdo, eu diria) demais pra um filme que se propõe a ser muito mais que isso, mas, acima de tudo, tem uma montagem medonha. Tem certos momentos que chega a ser constrangedor o trabalho de edição se esforçando pra parecer cada vez mais confuso. Inclusive, há uma cena de um "sonho" de um personagem que sequer faz sentido estar ali, não fosse pela violência gráfica (que há no trailer) contida. Que não traz NADA de novo pro filme, é apenas uma cena desnecessária.
Por mais que o final tente redimir o filme, e oferecer um plot-twist que tenta, desesperadamente, chocar o espectador, tudo isso parece em vão quando o que veio antes é extremamente raso.
Nem a direção de Boyle, que eu gosto tanto em diversos outros filmes, se salva. Com uns takes inclinados o tempo todo, chega a irritar. Um tipo de Danny Boyle goes Tom Hooper. Eu fiquei decepcionadíssimo, pois, se eu tava esperando muito desse filme, era por causa do diretor. Uma pena ter saído decepcionado.