Família, família, almoça junto todo dia... ops, não se trata de música, se trata de filme. E Família do Bagulho, mesmo com seu título de Sessão da Tarde na versão brasileira, é bem legal.
O filme conta a história de um pequeno negociador de drogas (Jason Sudeikis) que acaba tendo que se resolver com seu fornecedor e para isso terá que servir de mula e trazer drogas do México. Para isso ele faz a cabeça de um garoto meio lerdo que é seu vizinho (Will Pouter), de uma rebeldezinha sem teto (Emma Roberts) e de uma striper (Jennifer Aniston) para formarem uma linda e feliz família americana e facilitar a missão de passar pela rígida polícia de fronteira americana. A partir daí, “você irá acompanhar todas as confusões dessa família do barulho tentando retornar para casa!” (voz de narrador de sessão da tarde). Brincadeiras à parte, Uma Família do Bagulho é um filme de comédia interessante, que não irá agradar àqueles acostumados ao humor clássico de um Monty Phyton ou um Jerry Seinfield, por exemplo, mas que diverte, sim. É um filme politicamente incorreto, que aposta em piadas sujas, por isso não leve a titia puritana para o cinema com você. Não são piadas geniais, embora algumas sejam bem inteligentes e críticas. Durante o longa o telespectador poderá presenciar piadas mais de baixo calão, chulas mesmo (“faço sexo anal porque assim não corro o risco de engravidar”), bem como piadas mais inteligentes e críticas (“quer dizer que sou homofóbico porque não quero fazer sexo oral em um cara?” ou mesmo a parte onde policiais americanos na fronteira abandonam a revista em cidadãos americanos com 2 toneladas de maconha para perseguir cinco mexicanos ilegais). Podem não ser originais, mas trarão boas risadas para aqueles menos hipócritas que conseguem ver graça em coisas erradas sem se arrepender depois.
Os atores escolhidos estão muito bem e se entendem de uma forma interessante. Até os coadjuvantes aparecem bem e divertem, apesar de o fazer de uma forma muito caricata sem muita originalidade. Jason Sudeikis cumpre seu papel bem, embora para protagonista fique devendo um pouco e perdendo espaço para os outros membros da família Miller. O mesmo acontece com Emma Roberts, que aparece mais pela beleza do que pela atuação em si. Porém nada que comprometa o andamento do filme. Os dois destaques ficam por conta de Jennifer Aniston e Will Pouter. Aniston está maravilhosa (mesmo com todo o conteúdo politicamente incorreto do filme, não irei fazer nenhuma piada politicamente incorreta com a situação atual de Angelina Jolie e mandar um “está arrependido, Brad Pitt?”. Não irei fazer isso, me recuso...). Não quero ser machista, mas as cenas de strip-tease estão fantásticas. É impressionante ver como ela evoluiu com o tempo e se tornou um mulherão (mais ainda!). Will Pouter é um caso à parte. O cara tem uma feição tão abobalhada que você fica em dúvida se ele é daquele jeito na vida real ou se está apenas encenando. E só de olhar para ele você já ri muito! As melhores piadas são com ele, assim fique de olho em Kenny Rossmore. Por último, o destaque da “fora da família” vai para Ed Helms, o eterno Stu de Se Beber Não Case, no papel do chefão de tráfico Brad Gurdlinger.
O sentimento de família, mesmo que deturpado no início, acaba se tornando mais forte com o passar do tempo e é impossível não se identificar com diversas partes da produção. Pois família é exatamente isso, pessoas imperfeitas, tentando conviver, se dar bem e se amando no fim, não importa o que aconteça. Fica essa mensagem bonita passada pelo filme. A vida não deve ser levada tão a sério, então vamos aceitar os outros como eles são.
Finalizando, fique de olho nos erros de gravação logo antes dos créditos. A melhor piada do filme está lá, sem dúvidas!