Completo Alucinógeno
Certamente seria pouco provável que alguém se arriscaria a contar histórias relacionadas a ocorridos com uma loja de penhores. Claro que, nem tanto quanto pescadores, existem sim histórias acerca de conteúdos deixados como garantia por seus proprietários, mas é um tanto curioso algo desenvolvido com essa premissa.
Com o enfadonho nome de BUSCA ALUCINANTE, a história se aprofunda em situações que envolvem itens vendidos a uma loja
de penhores. Muitos deles frutos de roubo ou mesmo porque seus proprietários precisavam loucamente de grana. Uma das pessoas que passam pela loja é Richard (Matt Dillon) que, ao tentar vender um anel, descobre que algo de seu passado tem relação com um adereço presente na loja e então passa a investigar o sumiço de su ex-esposa, ocorrido a 6 anos. Na investigação ele se depara com um sujeito de gostos duvidosos e que adora fazer do sexo oposto objetos de adoração e escravidão.
Bem, essa trama relacionada ao Richard é somente uma, porém a mais longa, dentre várias outras que aparecem no filme e que se cruzam de alguma forma simplória e sem relevância entre elas. Temos também os drogados Raw Dog (Paul Walker) e Randy (Kevin Rankin) que tem uma tentativa de roubo frustrada; o malfadado Ricky, intérprete de Elvis Presley que ninguém engole; e por aí vai, tudo em um contrassenso que surpreende pela total falta de contexto narrativo.
E o diretor do excelente No Rastro da Bala, Wayne Kramer, não consegue fazer absolutamente nada para que o filme se torne minimamente interessante, nem mesmo o excesso de violência e nudez se salva diante dessa completa bobagem.
Vários são os personagens que aparecem e podem resultar em alguma ligação interessante, como por exemplo um cara chamado The Man (Thomas Jane), mas desaparece subitamente... nem mesmo a mistureba de gêneros de variam desde ação a comédia é funcional.
Talvez o único aspecto interessante neste filme é a montagem, já que a experiente Sarah Boyd faz diversas cenas terem relevância pelo formato que transforma histórias em quadrinhos com cenas reais; sem contar na situações em que um plano se mistura a outro de forma deliciosamente natural.
Reside neste medonho BUSCA ALUCINANTE a máxima de que não se deve avaliar algo pelas aparências pois, a julgar pela capa do filme e elenco impressionante, teríamos no mínimo algo interessante, mas não é bem isso que se vê nas quase 2h de duração. O título original que, ao pé da letra, seria Crônicas da Loja de Penhores faz mais sentido, embora ainda sim não significa que teríamos um filme apropriado para ser recomendado.
Obs.: O filme consegue ser tão ruim que, durante os créditos, são exibidos cerca de 60 segundos com erros de gravação,. Incrivelmente nem mesmo tais erros são capazes de fazer rir, uma lástima.
PS.: Assim como o ator Normam Reedus, Michael Cudlitz também aparece rapidamente, eles são os personagens Daryl e Abraham, respectivamente, do seriado The Walking Dead.