Um bom filme, com trilha sonora envolvente, muito boa direção, captação também muito bem executada, atuações que dispensam comentários e uma forte carga ideológica....OPAAAA, calma lá! Carga ideológica mas com suas desproporcionalidades.
Vivemos num mundo desproporcional, mas o politicamente correto nesse feito hollywoodiano demonstra alguns deslizes, e obviamente um filme vindo da terra do Tio Sam sempre terá a sardinha puxada pela eficiência e ética das forças armadas dos EUA.
Dificilmente eu veria algo que me surpreendesse como "Conquista da Honra" e "Cartas de Iwo Jima" onde Clint Eastwood consegue mostrar com esses filmes, os dois lados da segunda-guerra Japão/EUA (sendo o segundo, pela subjetividade nipônica, vencedor de mais prêmios, do que a película de visão norte-americana) , e então me deparei novamente com esse patriotismo (puta pé no saco).
Voltando ao "Capitão Philips", no final do filme senti a falta de amparo pelas questões dos Somalianos, e interessantemente apesar de todo absurdo provocado por eles, o politicamente correto prevaleceu e tudo continuou como obrigatoriamente parece ter que continuar: ocidentais com sua liberdade e direitos sendo plenamente respeitados, e o contraposto africano abdicado de qualquer tratamento minimamente humano, seja pelo seu próprio governo, seja pelo mundo que os marginalizou.
O mundo é injusto, é! Desproporcional, SIM, e me solidarizei mais com as questões dos somalis do que com dos mocinhos norte-americanos. Ah, é porque eu não estava lá? Que seja! Tenho certeza que qualquer vida marginal, prisional num país como os EUA é melhor que o regime instaurado por milícias e políticas na África.