Divertido, mas esquecível...
por Lucas SalgadoDesde que Missão Madrinha de Casamento faturou incríveis US$ 288 milhões nas bilheterias mundiais, em 2011, que Hollywood vem tentando emplacar comédias focadas em personagens femininas. Algumas deram muito certo, especialmente as estreladas por Melissa McCarthy, Descompensada ou o duo A Escolha Perfeita, mas outras parecem cair no esquecimento rapidamente. Podem divertir numa tarde chuvosa, mas oferecem pouco ao espectador.
O recente Como Ser Solteira parece se enquadrar neste último caso, lembrando bastante a comédia Quatro Amigas e um Casamento. Saem Rebel Wilson, Kirsten Dunst, Lizzy Caplan e Isla Fisher. Entram Dakota Johnson, Leslie Mann, Alison Brie e... Rebel Wilson. Sim, Rebel Wilson está nos dois longas. E também em Missão Madrinha de Casamento. E nos dois A Escolha Perfeita. A atriz é divertida e surtada, mas uma coisa é inegável: está interpretando sempre a mesma personagem. Que, pelo visto, é ela mesma. O Que Esperar Quando Você Está Esperando, Super Fun Night, Uma Noite no Museu 3 - O Segredo da Tumba... Os projetos podem ser diferentes entre si, mas Rebel é sempre a mesma pessoa: a jovem louca e desbocada.
Dirigido por Christian Ditter, Como Ser Solteira é uma evolução com relação ao trabalho anterior do cineasta, o água-com-açúcar Simplesmente Acontece, com Lily Collins e Sam Claflin. O novo longa conta a história de quatro mulheres na agitada Nova York. Alice (Dakota Johnson) acaba de sair de um relacionamento duradouro e acaba ficando amiga Robin (Rebel), uma garota festeira repleta de conhecimentos sobre a noite na Grande Maçã. Ao mesmo tempo, a irmã de Alice, Meg (Leslie Mann), é uma médica independente que decide ter um filho por conta própria. Completa o time Lucy (Alison Brie), uma jovem solteira que sonha em encontrar o par perfeito e acha que conseguirá isso através de sites de encontros na internet.
O elenco principal conta ainda com as presenças de Damon Wayans Jr., Anders Holm, Jake Lacy, Brent Morin e Nicholas Braun, atores conhecidos por papéis em séries de TV, que buscam maior destaque nas telonas. Mas o foco está mesmo nas garotas.
As quatro atrizes estão bem em cena, tornando a dinâmica entre elas mais interessante do que a trama em si. O roteiro de Dana Fox (Vestida para Casar e Jogo de Amor em Las Vegas) oferece uma boa reflexão sobre o dia a dia amoroso (ou íntimo) das garotas deste século XXI, colocando jovens que, no final das contas, estão tentando se encontrar ao invés de achar um grande amor. É claro que para isso usa de todos os clichês possíveis de comédias românticas. Tenta ser diferente, mas acaba repetindo os mesmos erros.