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    Eu, Anna
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Eu, Anna

    Elenco afinado

    por Lucas Salgado

    Eu, Anna é uma produção curiosa... Parece perdido no meio entre ser um suspense policial ou um drama psicológico, mas sem dúvida consegue deixar o espectador curioso com o mistério visto em cena.

    Anna (Charlotte Rampling) é uma senhora aparentemente solitária. Após se separar do marido, ela tenta recomeçar a vida amorosa e participa de um programa de encontros. Depois de vermos a mulher tentando interagir com homens, nos deparamos com a cena de um crime. Anna está perto do local de um assassinato, que é investigado pelo detetive Bernie (Gabriel Byrne).

    A partir daí, a trama se divide entre o dia a dia da protagonista e a investigação do caso, que envolve ainda o filho da vítima, um dos principais suspeitos, e um jovem criminoso. O espectador recebe poucas informações de cada vez e é obrigado a ir montando o quebra-cabeças.

    Eddie MarsanJodhi MayRalph BrownHonor Blackman completam o competente elenco, que também conta com a presença da bela Hayley Atwell, que não lembra em nada a Peggy Carter de Capitão América: O Primeiro Vingador. Ela vive Emmy, filha de Anna, que surge como uma figura bem humorada e que apoia a mãe, mas sempre deslocada naquele ambiente de solidão e tristeza.

    Rampling e Byrne são os grandes destaques da produção, se o ritmo e a montagem prejudicam um pouco a narrativa, a dupla de protagonistas são interessantes o bastante para cativa o público. Como Anna, Bernie é um sujeito aparentemente solitário, uma figura insone que vaga pelas ruas de Londres.

    A direção de Barnaby Southcombe tem algumas falhas, mas ele também se sai bem ao quebrar certas expectativas por parte do espectador. Ao vermos um motorista piscando os olhos ou as rodas frenéticas de um carrinho de bebê, nossa tendência é apostar em um acidente, mas o longa não investe no óbvio, o que é bom.

    Trata-se de uma obra bem sutil, mas tão sutil que em alguns momentos parece não ter o que dizer. Isso, felizmente, acaba contornado pelas atuações e pela inteligência do roteiro em não investir em um jogo de gato e rato diante de uma investigação policial.

    Curiosamente, o título do longa (Eu, Anna) apresenta um certeza que nem a protagonista tem. Não que ela tenha crises de identidade, mas é evidente que trata-se de uma personagem com poucas certezas, com problemas sérios de personalidade. Neste sentido, o nome da obra se encaixa bem.

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