A Leveza e a Sinceridade
Inserir um posicionamento crítico acerca de filmes como "Um Bom Partido" requer uma visão ampla de cinema. Com um pensamento mais intrínseco, não há como considerar quaisquer estrelinhas a tal produção. História bobinha, personagens caricatos, uma direção cansativa, principalmente na organização dos planos fílmicos, altamente repetitivos, enfim... uma negação.
Entretanto, não se pode deixar de apontar que o cinema-entretenimento sempre foi e será uma realidade, e dessa forma, o filme de Gabriele Muccino cumpre seu dever, até muito bem, fugindo de clichês e digressões bem noveleiras de tantos roteiros atuais.
A posição do personagem de Butler em restabelecer a vida através do relacionamento do filho é desenvolvida com um olhar bem humano e terno. Não há falsidades no personagem que, graças a Deus, não é um tipinho "sou um ex-atleta viciado e vou sofrer muito". Nesse filme, o sofrimento já passou e o foco é na reconquista da vida. Leve e sincero, até o seu final. Obviamente que o filme seria bem melhor sem as figuras estranhas de Quaid, Thurma e Zeta-Jones, que parecem tirados dos Simpsons e jogados na trama.
No fim, "Um Bom Partido" é para se ver com seu/sua parceiro(a), em um dia romântico ou de grandes discussões. Vai ser um remédio na medida.
Para quem espera um "American Pie", não é a sua, assim como quem espera um "O Lado Bom da Vida", ou uma comédia francesa.
Há nessa produção uma espera não precisa de um cinema que agrada!