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    As Palavras
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    As Palavras

    Sem riscos

    por Lucas Salgado

    As Palavras é um filme bem curioso. Sem momentos épicos de redenção, tem uma narrativa extremamente simples, que não se arrisca em momento algum. Com isso, temos como resultado uma obra sem erros evidentes, mas também sem grandes acertos.

    O escritor Clay Hammond (Dennis Quaid) visita uma universidade para uma leitura de seu último livro. Ele conta a história do jovem Rory Jansen (Bradley Cooper), que sonha em lançar seu próprio livro, mas só encontra portas fechadas no mundo das editores. Ele conta com o apoio da esposa (Zoe Saldana) e até com a ajuda financeira do pai (J.K. Simmons), mas começa a duvidar de seu talento para a escrita. Determinado dia, encontra um manuscrito perdido e, após uma série de situações, assume a autoria do texto.

    A ideia de um escritor pouco inspirado que plagia um autor desconhecido não é nada nova, mas o filme tem como mérito o fato de não julgar o protagonista, gastando seu tempo mais em expor as situações que levaram a tal atitude.

    A busca insana pelo sucesso é bem retratada graças a uma boa atuação do competente Bradley Cooper, que mostra que já pode começar a arriscar uns papéis mais dramáticos daqui pra frente. Ele possui uma ótima química com Saldana, que demonstra o tempo todo acreditar no marido, mesmo quando ele não acredita.

    Quaid tem uma atuação mais discreta, sendo responsável por conduzir a narrativa. Ao seu lado, surgirá a bela Olivia Wilde como uma jovem escritora. As Palavras também acerta no desenvolvimento da interação entre os dois personagens, não criando algo maior ou menor do que o necessário. Extremamente sedutora, Wilde desperta a curiosidade do espectador desde o primeiro instante que aparece em cena.

    Mas o grande destaque do elenco é Jeremy Irons. O veterano ator britânico surge na pele de um senhor que fará uma revelação para Rory Jansen. Com a barba mal feita e bem magro, Irons cria uma figura misteriosa e complexa ao mesmo tempo. 

    Escrito e dirigido por Brian Klugman e Lee Sternthal, o longa conta com uma fotografia bem ordinária de Antonio Calvache, que em nada lembra seu trabalhos marcados de personalidade como Pecados Íntimos e Entre Quatro Paredes. Por outro lado, o compositor Marcelo Zarvos se saiu muito bem na criação da trilha sonora, que é discreta como a história exige.

    The Words (no original) é um filme sem herói ou vilões, que pode agradar ao público justamente por contar uma trama interessante de forma bem simples. Quem espera, no entanto, por um suspense de qualidade com várias reviravoltas pode se decepcionar, afinal a produção não é nada surpreendente.

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