Estamos na África do Sul, onde o crime domina tudo, nesse cenário entra Deon, um brilhante engenheiro que cria robôs polícias dotados de extrema inteligência, porém Deon não para por ai, ele consegue criar um tipo de robô que além de ser inteligente demonstra emoção, mas para implantar esse programa e fazer os testes necessários ele tem que roubar um dos modelos da empresa que ele trabalha, pois sua chefe acha a ideia ridícula.
O que Deon não esperava é que um trio de bandidos iria sequestrar ele no meio do caminho, e fazer com que ele passasse sua nova invenção para uso da criminalidade, não bastando isso, Vincent um outro engenheiro, deleta o programa de todos os robôs de Deon, gerando um caos inimaginável.
Desde o começo do filme Neill Blomkamp (diretor do filme) se preocupa em fazer o público pegar afeição pelo robô 22, que depois de um tempo viraria o Chappie.
Depois que Deon faz os testes e implanta a inteligência artificial no robô é criada uma nova história para esse robô 22, agora ele é um "robô bebê", e é a partir desse momento que o filme que já era meio confuso acaba de se perder.
Chappie tem uma inteligência fora do comum, ele foi criado para se desenvolver melhor que qualquer humano, mas quando ele é criado ele não consegue falar, suas primeiras palavras demoram algum tempo, porém depois de algumas horas ele já forma algumas frases complexas, mas continua com problemas de aprendizado sobre algumas palavras, e pasmem, mesmo com sua dificuldade em entender pequenas coisas, ele consegue dominar alguns sentimentos e já é capaz de cumprir uma promessa que ele fez para seu criador, a promessa consiste em não cometer nenhum tipo de crime.
Outra coisa que é estranha é o fato desse super inteligente robô ser capaz de transferir a consciência de um corpo para outro e pintar um quadro em segundos mas ser enganado pelo trio de vigaristas sobre o roubo de um carro forte. A simples fala de que não seria um roubo mas sim pegar emprestado já convence o Chappie a participar de um assalto.
Essas coisas que são jogadas para o público são coisas sem nexo, sem contar a demora para o desenvolvimento desse super robô, ele toma metade do filme só explicando como seria seu funcionamento, isso acaba tornando a trama muito cansativa.
Hugh Jackman é mal aproveitado no seu papel, o filme sem ele continuaria a mesma coisa, era só fazer um dos criminosos invadir a sala de comando para que todos os robôs fossem desativados, pois não sei se você reparou, a empresa de segurança era muito vulnerável, é só se atentar ao fato do Deon roubar um robô sem ninguém notar, Vincent destruir toda a frota de policiais sem que ninguém visse.
Porém o filme não é de todo ruim, temos alguns debates sobre a consciência humana, e a transferência da mesma, além daquele velho clichê de não desistir nunca. Enfim, uns 15 minutos de trama cortada não seria uma má ideia, e criaria um filme mais dinâmico.
A interação do Chappie com os humanos é muito boa, ele consegue pegar os trejeitos, as gírias, palavrões e tudo que uma pessoa comum faz, além de dominar sentimentos como ódio e amor, e o que eu disse sobre Neill Blomkamp tentar fazer com que o público pegasse afeição pelo Chappie funciona, você acaba gostando desse robozinho e por fim "deixa passar" todos esses furos no roteiro.
Não é um filme que te fará dormir na poltrona, mas não vai te arrancar suspiros também, então se você procura apenas entretenimento esse pode ser uma boa pedida, mas se você procura algo mais profundo, fuja.