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    Qual é o Nome do Bebê?
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Qual é o Nome do Bebê?

    Efeito dominó

    por Lucas Salgado

    Empolgado com a notícia de que vai ser pai, Vincent (Patrick Bruel) vai jantar na casa de sua irmã para comunicar a ela, ao marido e a um amigo o nome escolhido para o filho: Adolphe. Para desespero do trio, que não se conforma com a semelhança com o nome de Adolf Hitler, Vincent está falando sério. Este é o ponto de partida para Qual é o Nome do Bebê?, como fica claro até mesmo pelo título escolhido. Mas é importante destacar que o filme não vive de apenas uma situação ou de somente uma piada.

    Lembrando muito o recente Deus da Carnificina, esta produção francesa é passada basicamente em apenas um ambiente, a sala do casal Elisabeth (Valérie Benguigui) e Pierre (Charles Berling). Ao lado de suas visitas, os dois irão ingressar em uma jornada confusa e divertida em que são obrigados a questionar suas relações e a forma como tratam uns aos outros.

    Assim como no filme de Roman Polanski, os personagens vão sendo jogados uns contra os outros, seja por conveniência, seja por circunstância. Com o tempo, o que menos importa é o tal nome do bebê, mas sim como ficarão aqueles relacionamentos.

    Le Prénom (no original) era apenas ao não abraçar definitivamente sua ideia. Conta com alguns flash-backs e cenas rodadas em outros cenários, que soam desnecessárias e vão contra toda a estrutura da narrativa.

    A apresentação dos personagens Elisabeth e Pierre logo no início da produção também está deslocada. O espectador não irá se identificar mais com esses personagens apenas porque ganharam uma introdução destacada. Na verdade, outros papéis surgem até de forma mais cativante, uma vez que o filme dá ao público a possibilidade de uma descoberta. Este é o caso de Claude (Guillaume De Tonquédec), amigo do trio, e Anna (Judith El Zein), esposa de Vincent que chega atrasada ao jantar.

    Escrito, dirigido e produzido por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, que também são responsáveis pela obra original, o longa tem na simplicidade seu principal valor. Não possui grandes atuações ou tramas envolventes, mas em nenhum momento deixa a atenção do espectador fugir.

    O filme conta com uma bela trilha sonora de Jérôme Rebotier, com uma direção de fotografia elegante de David Ungaro e com um excelente trabalho da figurinista Anne Schotte, mas é inegável que toda a força está no roteiro, que oferece uma ótima comédia de situações com pitadas – bem leves – de drama.

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