Esse terceiro filme da franquia é o mais fraco em termos de roteiro.
O segundo filme já dava indícios de ter sofrido com o assédio de roteiristas de blockbusters, e abusou de jargões de filmes de terror, perdendo aquela espontaneidade que faz o expectador crer no que está assistindo.
Esse terceiro filme termina por confirmar o estrago que as grandes bilheterias fazem com as seqüências. Sustos óbvios em abundância, roteiro que desafia a lógica, e muitos elementos clássicos de filmes de terror.
Em todos os filmes da sequencia, existe um personagem cético, que não se convence apesar da gravidade da situação. Nesse terceiro filme a cética é a mãe da Katie e Kristin (personagens chave da trama). Infelizmente seu papel acaba sendo fraco. Apesar do demônio estar aprontando todas, a mãe das meninas chega a irritar pois não condiz com uma mãe de verdade. Ela não se abala com o desespero das meninas, não quer ver as fitas gravadas (onde fica evidente que algo paranormal está ocorrendo na casa), e mesmo após situações estranhíssimas, como a baby-sitter que vai embora bruscamente quando eles chegam em casa, continua a agir como se nada estivesse acontecendo. O mínimo a se esperar é que uma mãe não deixasse suas filhas apavoradas dormindo sozinhas, ou investigasse a razão para tanto medo, ao invés de se irritar com o medo das crianças.
O padastro das meninas apesar de filmar tudo o que é possível, e estar convencido de que algo estranho está acontecendo, pouco vê as fitas gravadas na noite anterior, diferentemente do Micah, marido da Katie no primeiro filme, que cético, fica aficcionado em descobrir o que causa os barulhos, te convencendo em sua atuação.
O amigo do padastro também não dá explicações convincentes para a situação aterrorizante que vivenciou.
A posição em que a câmera do quarto das meninas é colocado não condiz com o que o padastro espera ver. Ele a coloca num ponto cego onde não se vê a porta de um quartinho, justamente onde a Katie vai conversar com seu "amigo" Toby. Mesmo depois dele ver na gravação que tem algo estranho acontecendo no quartinho, não muda a câmera para filmar essa parte da casa. Fica evidente que a posição escolhida é a que permite dar sustos no espectador, pois não se vê o que está ocorrendo naquele cômodo. Isso passa a sensação de que você faria outra coisa se estivesse investigando as ocorrências.
Mesmo noite após noite de coisas assustadores, todos vão dormir como se nada tivesse ocorrido. Isso não condiz com alguem que está sendo atormentado. Deveria haver um momento em que a entidade demoníaca passasse a atacar a família acordada de madrugada. O natural de se esperar é que ninguém durma com um fantasma na casa.
O desfecho é totalmente desconectado com a trama. Fica parecendo um arremate às pressas para concluir a filmagem.