Nemo no vale encantado
por Lucas SalgadoBuscando reforçar a qualidade da animação que viria em seguida, Caminhando com Dinossauros começa sua ação destacando atores reais na pele de um paleontólogo e seus dois filhos. Os personagens são mal desenvolvidos, com estereótipos da menininha empolgada e do típico adolescente, mas ao mesmo possuem pouco tempo em cena. Logo, a trama é jogada para milhões de anos antes, com os dinossauros povoando a Terra.
Narrada por um pássaro bem inspirado (dublado originalmente por John Leguizamo), a história gira em torno de Patchi (Justin Long), um dinossauro que é o menor dentre seus irmãos, mas que é marcado por uma grande curiosidade, desde o início tentando sair do ninho para explorar o mundo.
Quando chega a hora de migrar durante o inverno, Patchi vê sua manada ser atacada por outros ferozes animais e testemunha a perda do pai e a separação da mãe e da maioria dos irmãos. Ao lado do irmão mais velho (e mais forte) e de uma amiga, ele continua seguindo a manada.
A trama é bem infantil, sendo quase que um encontro entre Em Busca do Vale Encantado e Procurando Nemo, com o jovem dinossauro possuindo uma deficiência que o distingue dos demais (um buraco na cabeça).
O longa, ao menos, é honesto e abraça este lado infantil e oferece até mesmo uma vertente mais didática. Para terem uma ideia, as espécies são apresentadas na tela através da narração e de legendas, que destaca características e nome científico. Além de ensinar, o filme assume uma postura moderna, usando a narrativa para passar informações de certa forma técnicas.
Contando com efeitos especiais impressionantes e um 3D bastante eficaz, Caminhando com Dinossauros é uma obra eficiente, embora ofereça muito pouco a seu expectador. A narrativa é previsível e o humor é bem simples. Ainda assim, funciona para seu público e até se arrisca um pouco no romance. É bonitinho ver um dinossauro encantado por uma garota pensando algo como: "Ela gosta do meu buraco na cabeça."
Além da bela animação, o longa oferece cenários absolutamente deslumbrantes, abusando de tomadas aéreas. A narração interativa dá o tom cômico, enquanto que o roteiro investe em algumas referências cinematográficas.