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Adriano Côrtes Santos
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4,0
Enviada em 10 de dezembro de 2024
Cody Jarrett (James Cagney) é um criminoso implacável e profundamente perturbado que lidera uma gangue de assaltantes enquanto lida com uma obsessiva ligação com sua mãe. Após ser preso, ele trama uma fuga ousada e retoma seu reinado de violência. Filme de energia pulsante e incontrolável que define este clássico do cinema noir dirigido por Raoul Walsh. Marcado por uma narrativa incisiva que mistura violência, obsessão e um fascinante estudo psicológico do protagonista, em um trabalho memorável de Cagney. Além disso, a obra explora de forma única o contraste entre a lealdade à família e o desejo de poder, utilizando elementos do melodrama em perfeita harmonia com o cinema de ação. O resultado é uma história de ritmo intenso, que revela tanto a força quanto a fragilidade das ambições humanas. Indicação ao Oscar: Virginia Kellong (roteiro).
O sanguinário assaltante Arthur “Cody” Jarrett (Cagney), mentor de um assalto a um trem postal que resultou em quatro mortes, entrega-se por conta de um assalto menor, conseguindo um álibi para o dia da ação no trem. No presídio torna-se amigo de Vic Pardo (O´Brien), codinome do policial infiltrado Fallon, que busca indícios de seu envolvimento com o crime.
Mais em: https://magiadoreal.blogspot.com/2021/08/filme-do-dia-furia-sanguinaria-1949.html
Uma mistura explosiva do Complexo de Édipo com a psicopatia do gângster americano faz com que o protagonista de Cagney sufoque tudo e a todos ao seu redor. A razão de ser do filme acaba sendo essa exploração dos limites transpostos pela figura de Cody Garrett dentro de uma dualidade peculiar que transita entre um Clyde Barrow e um Norman Bates.
Ainda que o desfecho desse protagonista esteja dentro do estabelecido pelo Código Hays, ele não consegue concretizar uma lição moralista a partir desse já previsível desenlace. O que fica, realmente, na memória do espectador, é o modo como Walsh enquadra Cagney, com sua peculiar feição insana de criança precocemente embrutecida, um adulto que ainda carrega aspectos juvenis no seu descontrole perante o imprevisto. Sem o Cody de James Cagney não existiria o Tommy de Joe Pesci, e isso é tão evidente que nem necessita grandes justificativas.
No encalço de Cody, as manobras policiais recebem atenção especial de Walsh numa orquestração que explora o uso de diferentes dispositivos persecutórios, modernos para a época, nesse jogo de gato e rato que permeia o filme. Tudo isso é retratado de modo tão meticuloso, até insistente em demasia, que não há qualquer dúvida acerca da inevitabilidade do desfecho do protagonista (deixando de lado a óbvia necessidade desse final que contemple o Código citado).
Com isso, a tensão é progressiva no sentido do adiamento de conflitos que, pelo tudo que já conhecemos, incitarão em alguma reação desmesurada do personagem de Cagney. Se o próprio embate franco é articulado de modo econômico por Walsh, simplista mesmo para os meios disponíveis na época, isso reforça ainda mais que o destino de White Heat está sempre à mão de Cody, e sendo assim, ele será o mais autodestrutivo possível.
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