Policarpo Quaresma, Herói do Brasil: Críticas

Adaptado de forma brilhante por Alcione Araújo o extraordinário romance de Lima Barreto de 1915, revive com toda sua carga crítica pelas mãos do cineasta Paulo Thiago, que teve o dom supremo de equivaler-se à obra escrita, depois de 83 anos. Policarpo Quaresma (imortalizado por Paulo José) é um utópico sonhador. Seu nacionalismo é ao mesmo tempo, comovedor e ingênuo. Ele ama o país e luta para valorizar o que é brasileiro. Policarpo nos faz lembrar o saudoso Ariano Suassuna. Com o apoio da afilhada Olga (Giulia Gan) E Ricardo Coração dos Outros (Ylian São Paulo) ele adota hábitos nacionalistas e até indígenas: vai ao trabalho de cocar, escreve documentos em tupi-guarani e até tenta introduzir o idioma como oficial. Por seus atos tidos como tresloucados, Policarpo, é internado num hospício, porém, desafia as normas de conduta em vigor, provando que a noção de loucura é relativa. Viaja para o interior, crendo piamente que a agricultura é a salvação e o alavancar de toda a nação, em um itinerário quixotesco. Uma notícia de jornal o faz retornar à cidade para defender o presidente Floriano Peixoto (Othon Bastos) que está implantando a república. O filme assim como o livro faz de Policarpo Quaresma o retrato bem-humorado do país. Mistura o real ao imaginário, o drama histórico e a grandeza poética, o poder político egoísta e o sonho idealista. Contando com um elenco sem retoques, como Bete Coelho, Antônio Calloni, Claudio Mamberti, Nelso Dantas, Tonico Pereira, José Domont, Aracy Balabanian, para citar alguns. Uma magistral obra-prima do cinema nacional. Imperdível e sempre atual.

Que excelente obra! Histórica, romântica, cheia de inteligência com o doce toque da loucura. Assistirei várias vezes pela vida. A atualidade dança pelo palco desse filme. Parabéns aos participantes dessa raridade.

Adorei: tão intenso e contundente quanto O Livro: a cena da Execução é Magnifica.
e que Elenco Nota 11, as canções, o figurino e atuações primorosas.