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    Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha

    Divertido, mas formulaico

    por Lucas Salgado

    Ainda que o título oficial seja Jackass Presents: Bad Grandpa, é bom ver a turma do Jackass tentando fazer algo diferente. A completa falta de noção vista nos filmes e programas do grupo está em Vovô Sem Vergonha, mas felizmente vem acompanhada da vontade de contar uma história, ainda que diante de uma narrativa formulaica e previsível.

    O novo longa gira em torno de Irving Zisman, um senhor de 86 anos que perde a esposa e descobre que a filha voltará para a cadeia. Ele, então, é obrigado a começar uma viagem pelos Estados Unidos para entregar seu neto Billy para o pai. A partir daí, nos vemos diante de uma sucessão de esquetes, algumas muito divertidas e outras simplesmente sem graça. O humor exagerado e escatológico aparece em alguns momentos, mas com moderação.

    Johnny Knoxville interpreta o tal vovô, num trabalho incrível de composição do personagem e, principalmente, de maquiagem. O ator realmente convence como um velhinho e interage muito bem com o jovem Jackson Nicoll (Billy). Mas o grande trunfo do filme está na forma como os personagens lidam com os "figurantes" a sua volta. Seguindo a ideia, mas não a fórmula, de Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, Vovô Sem Vergonha coloca os dois protagonistas em ambientes reais, sendo capturados por câmeras escondidas ou de segurança. Ou seja, todas as pessoas que contracenam com eles são pessoas normais que tiveram sorte/azar de trombar com Knoxville na rua.

    A grande graça do filme está na forma como estas pessoas normais reagem diante de uma situação absurda, como tentar despachar uma criança via correio. Aí surge uma grande diferença com relação a Borat, onde o foco está sempre no quão insano era o personagem criado por Sacha Baron Cohen. Aqui, em alguns momentos, a pessoa fora do filme é chamada para interagir e até ganha eventual destaque em certos casos.

    A fórmula de esquetes incomoda um pouco e o público dificilmente se envolverá com os personagens. Ainda assim, é difícil segurar o riso em algumas cenas, como na que Billy participa de um concurso de beleza nos moldes de Pequena Miss Sunshine ou quando Irving tenta flertar com mulheres bem mais jovens.

    Contando com uma trilha sonora que reforça o caráter episódico da narrativa, o longa apresenta um bom trabalho de direção de fotografia. A forma natural com que migra de tomadas de segurança para outras normais é bem interessante. Pena que a montagem é quadrada demais para reforçar os valores técnicos da produção.

    Um filme que vai te fazer rir, mas que não ficará por muito tempo na sua cabeça.

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