A primeira vista o filme apresenta um imagem que pode conduzir a julgamentos precipitados de que esse será mais um daqueles longas gays onde se é explorado o corpo ao máximo e onde é reproduzido uma série de estereótipos sobre gays. O que surpreende é uma quebra estética que transpõe o filme de um cenário divertido e alegre para o tom quente e dramático que vai tecer a verdadeira imagem que se estende até o final do filme.
Tratando de um tema abordado incontáveis vezes, o filme fala do "câncer gay" conferindo ênfase a luta pelo reconhecimento da doença e da necessidade de atenção do poder público a criação de políticas de saúde que pudessem amparar os contaminados e combater a doença. A ideia principal do filme imprime a negação e o não reconhecimento da doença por parte de todos, que preferem negligenciar a mesma a ter que lidar com ela e com a homossexualidade ali presente.
"Ninguém se importa por estarmos morrendo" é uma das frases mais chocantes e intensas do filme. A associação da doença a homossexualidade, desmistificada anos depois, evidencia o preconceito e o despreparo do poder público e das pessoas de um modo geral em lidar e aceitar as diversas expressões da sexualidade humana.
O filme conta com elenco de peso a contar por: Mark Ruffalo, Julia Roberts, Matt Bonner, Jonathan Groff entre outros; e direção já consagrada de Ryan Murphy, levou o prêmio de Melhor Filme para TV do Primetime Emmy Awards 2014.
Filme intenso, sério, dramático e peculiar. Indicamos.