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    Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros
    Críticas AdoroCinema
    1,5
    Ruim
    Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros

    Cadê a diversão?

    por Lucas Salgado

    Quando vampiros brilham diante da luz do sol, você acha que não há como tratar a espécie de forma pior nas telonas. Mas eis que Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros chega aos cinemas. Não, o filme não é pior do que Crepúsculo, afinal não tem todo aquele blá blá blá romântico ou lobisomens, mas os vampiros presentes aqui são sim menos interessantes que os vividos por Robert Pattinson e companhia. Aqui, vemos criaturas lentas e de pouco glamour. E que são alvo fácil para um sujeito que resolve caçar vampiros do nada e recebe um treinamento de pouco tempo. Além disso, os seres também andam na luz do dia e possuem a habilidade de ficarem invisíveis.

    Ah... se o vampiros são ruim, pelo menos o Abraham Lincoln é interessante?! Que nada! O sujeito é vivido por um fraco Benjamin Walker, mas o ator está longe de ser o único responsável pela má construção do personagem. O roteiro de Seth Grahame-Smith, que também é autor do livro que deu origem ao filme, não se esforça nenhum pouco para desenvolver um protagonista que desperte a atenção do espectador. Aposto que a curiosidade virá apenas pelo fato de ser um personagem cuja origem é real, mas isso não significa que o longa não deveria ter mostrado a evolução do sujeito. Ele é criança, depois é caçador de vampiros e na sequência já é presidente dos Estados Unidos. Tudo acontece sem nenhuma ligação entre um momento e outro.

    Alguns podem dizer que um filme que traz o 16º presidente norte-americano caçando sanguessugas não deve ser levado muito à sério. Mas o grande problema da produção é justamente este, ela se leva muito à sério. Não há humor algum, fazendo uma trama que funcionaria bem numa paródia sucumbir totalmente.

    Após ver sua mãe ser assassinada por um vampiro ainda quando criança, Abraham jura vingança. Já adulto, ele conhece Henry (Dominic Cooper), um sujeito que também odeia a espécie e que se especializou em combatê-los. Para não perder tempo retratando um treinamento, o filme deixa claro que Abraham é poderoso o suficiente ao mostrar uma cena ridícula em que ele destrói uma árvore com uma machadada só.

    Na jornada por vingança, ele contará com a ajuda do amigo Will (Anthony Mackie) e se envolverá com a bela Mary Todd (Mary Elizabeth Winstead). Rufus SewellMarton Csokas interpretam os vampiros inimigos, um menos interessante que o outro.

    Os efeitos especiais são de qualidade duvidosa (tem uma cena com cavalos que não merece maiores comentários) e conta com cenas de ação tão mal cuidadas que também incomodarão o público. Quem gosta de uma ação anencéfala pode até aprovar alguma sequência ou outra, mas é inegável que o longa possui problemas sérios. O diretor Timur Bekmambetov repete todos os trejeitos vistos em O Procurado, com a diferença que este último ainda oferecia um entretenimento de melhor qualidade e atuações mais interessantes.

    Em O Procurado, cada vez que James McAvoy ou Angelina Jolie davam um tiro víamos a bala em câmera lenta até atingir seu objetivo. Aqui, o mesmo acontece um milhão de vezes, com a diferença que a arma é um machado. O que era uma técnica apurada em Matrix, aqui é usada com o objetivo de fazer o filme ser estilizado ou coisa parecida. O mesmo vale para a fotografia delirante de Caleb Deschanel, conhecido pelo trabalho em A Paixão de Cristo e por ser pais das atrizes Emily Deschanel e Zooey Deschanel. O trabalho dele é péssimo ao ponto de não conseguir definir a cor de suas cenas. É impressionante como os tons das sequências mudam bruscamente do amarelo para o azul, sem motivação aparente.

    Quando você vê um título como Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, é difícil não ficar curioso e acreditar que ao menos poderá se divertir. Pois bem, a decepção fica justamente por conta do fato de que a obra não oferece momentos de entretenimento. Como dito anteriormente, se leva a sério demais.

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