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    Paz, Amor e Muito Mais
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Paz, Amor e Muito Mais

    Diversão leve e enfumaçada

    por Roberto Cunha

    Filmes que exploram o encontro de gerações estão longe de ser novidade e têm potencial de conquistar boa audiência pelas possibilidades que este tipo de trama pode proporcionar. Paz, Amor e Muito Mais transita nessa praia, colocando sob o mesmo teto, mãe, filha e neta, adicionando ainda o elemento humor, mas o resultado não é lá tão animador.

    Na história, uma advogada durona (Catherine Keener) recebe um pedido de divórcio do marido porque ele acredita que os filhos cresceram e eles não precisam mais manter a união. Chocada, ela leva os rebentos (Elizabeth Olsen e Nat Wolff) para passar um fim de semana com a avó (Jane Fonda), alguém que ela mesma não via há 20 anos. Só que a coroa vive em Woodstock e ainda mantém o mesmo estilo daquela época. Ou seja, adora fumar um cigarrinho do capeta, prega o amor livre, entre outras coisitas mais. Razões de sobra para a filha caretona bater de frente com a mamãe riponga, que apresenta um amigo (Jeffrey Dean Morgan) e eles rapidamente se interessam um pelo outro.

    Esse, por sinal, é o principal ponto negativo do roteiro dos novatos Christina Mengert e Joseph Muszynski. A opção por não mergulhar nos conflitos dos personagens, fez a trama perder sua força e poderá dar ao espectador a nítida sensação de que está faltando algo. Tudo acontece rápido, de maneira providencial, evidenciando ainda mais a fragilidade da obra. Bem humorado, o texto é leve, mas pode encontrar resistência juntos aos conservadores, pois faz uma relativa apologia da maconha, seja através das experiências (do passado ou presente) da matriarca ou do questionamento da própria neta sobre os males de fumar cigarro normal ao invés da opção "natural".

    Capitaneado pelo diretor Bruce Beresford, famoso nos anos 80 por títulos como A Força do Carinho e Conduzindo Miss Daisy, Paz, Amor e Muito Mais é inferior ao seu último trabalho, O Último Dançarino de Mao (2009), mas o elenco redondo ajuda no resultado final. Destaque para Fonda, gostosamente divertida e, não tem jeito, eternamente bela. É dela, aliás, a melhor frase do filme: "É difícil para os filhos entenderem que os pais são humanos e tem imperfeições". A curiosidade no time fica para a ponta da sumida Rosanna Arquette e as moçoilas vão adorar saber que o bonitão Chace Crawford também bate ponto por lá. Na seara musical, claro, citações de ícones da época, como Grateful Dead, Janis Joplin, Joan Baez e Jimmi Hendrix, além de um dueto legal com Dean Morgan e Keneer, cantando a clássica "The Weight (Take a load off Annie/Fanny)", do The Band. Diversão leve, sem compromisso e enfumaçada.

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