Você gosta de ficção científica? Gosta de espaço-naves? Milagres médicos devido ao supremo avanço da tecnologia? Vida fora da Terra? Então confira Elysium, pois envolve tudo que possa existir no quesito “imaginação tecnológica futura” para amantes desta área. No entanto, admito não ser um dos maiores fans, todavia tentarei ser o mais profissional possível.
Tal longa conta com uma história que apesar de ser futurista, serve plenamente de apologia aos tempos atuais, como concentração de capital para os ricos, melhores locais de vida, “êxodo-rural”, viagens clandestinas, dentre outras. Conta ainda com bons momentos de ação e efeitos especiais, tendo uma pitada de excelentes encenações artísticas, servindo, desta forma, de ótimos atrativos.
Matt Damon (Max) e Jodie Foster (Rhodes) dispensam comentários, mesmo em papéis de caráteres opostos, protagonista e antagonista, respectivamente. Detentores de obras renomadas como Bourne, Os Infiltrados, Invictus, Agentes do Destino, O Silêncio dos Inocentes, Valente, Plano de Voo, O Quarto do Pânico, etc e etc, não fizeram diferente e mantiveram o elevado padrão de profissionalismo. Todavia, ainda nesta linha de “babação”, credito certo vislumbre maior a secretária malévola Rhodes, onde por se tratar de um personagem maligno e metódico, comprovou que não só de trabalhos “heroicos” a atriz dispõe de um diversificado acervo cênico.
Tal trama ainda contou com personagens não muito cogitados no cenário cinematográfico, porém de possível ascensão, uma vez que demonstraram comprometimento e talento para trabalhos mais explorados, como Diego Luna (O Terminal e Dirty Dancing 2 – o qual poderia ter o 3, 4, 5..), William Fichtner (eterno agente do FBI Mahone de Prison Break, o qual por um certo olhar, segue o mesmo tipo de papel) e Sharlto Copley (o qual curiosamente participou do primeiro filme do mesmo diretor Neill Blomkamp, District 9, mantendo assim, certo padrão por tramas fictícias).
Todavia, dedico este parágrafo a nossos queridos brasileiros que não estão fazendo feio em tramas universais, Wagner Moura (Cap Nascimento) e Alice Braga. A segunda já confirmou seu talento em “mares” internacionais por outras atuações como em O Ritual, Eu Sou a Lenda e Predadores, reafirmando seu excelente profissionalismo em Elysium, onde ela atua de forma esplendorosa ao lado do protagonista, um antigo relacionamento amoroso e brava mãe, a qual busca por formas não ortodoxas salvar a vida de sua filha, doente terminal, demonstrando assim, não só competência, mas a intrínseca similaridade com o amor materno, nos provando que o limite é mera questão de dedicação e vontade. Já o primeiro vive o Hacker Spider, o qual inicialmente sobrevive às custas dos sonhos dos cidadãos, fornecendo ajuda, em troca de dinheiro para o transporte dos mesmos à Elysium, seria uma espécie de “coiote”, levando o imigrantes ilegais para os EUA, ultrapassando a fronteira pelo México. No entanto, com o desenrolar, o mesmo demonstrou não ser peça descartável, sendo de um dos suportes principais para o desenvolvimento e ainda servindo de superação para muitos, uma vez que seu objetivo financeiro principal é mudado ao se deparar com uma situação não usual de seus trabalhos corriqueiros.
Claro que por uma boa ideia, em direta relação aos tempos atuais, tal ficção científica, tendo ainda belíssimas atuações, desponta forte atrativo, sendo aconselhável para até àqueles não tão fans (como eu), no entanto por detalhes (que influenciaram diretamente no enredo, por isso foram cogitados), considerados spoillers (abaixo), tal trama não alcançou sua perfeição, totalizando a nota 3,5.
-> Seção Spoiller
- Uma máquina capaz de curar tudo? Sem intervenção nenhuma médica? Acredito que nem no mais distante dos futuros, isso será possível. Mas né? Tudo pela ficção.
- Kruger (vivenciado por Sharlto Copley) engoliu, literalmente uma granada e seus funcionários alegaram antes da “cirurgia” – “O chefe não vai gostar nada disso”. COMO NÃO IRIA GOSTAR? A “cirurgia” é tão perfeita, que ele retorna ainda melhor. Acho que se ele soubesse que era tão benéfica, já teria engolido granadas mais vezes.
- Max, com 5 dias de sobrevivência por radiação, membro fraturado, facada, porrada, e sei lá mais o que o personagem viveu, ainda sim era mais forte que qualquer máquina ou qualquer outra coisa. Acho que não tinha como deixa-lo em mais desvantagem, tirando suas precárias armas em comparação a dos inimigos, mas isso também é mera besteira para o poderoso Matt Damon.
- No início do filme, quando invadiram Elysium, uma potente e eficaz força, liderada por temidas máquinas cibernéticas, eram facilmente controladas. Lembrando ainda que na própria Terra, até em paradas de ônibus, tal tecnologia de ponta maligna (lembrando até os robôs de Exterminador do Futuro) são normais. Todavia, no fim do filme, cadê eles? Onde que eles entram para contra atacar Max e seus amigos???
- Na primeira invasão de Damon em Elysium, ainda houve certa dificuldade pela defesa de tal área, mas quando Spider invade por último, só faltou um tapete vermelho, com flores no caminho e guias turísticos. Ele simplesmente desfilou pelo local, entrou onde quis e se encontrou com o protagonista no fim.