Dois adolescentes vão visitar os avós. A menina, com ares de cineasta, grava junto com o irmão um documentário sobre esse episódio. Eles não conhecem os avós, e nessa semana de contato com os familiares, coisas perturbadoras passam a acontecer. Desta interessante premissa se desenvolve o mais novo filme de M. Night Shyamalan, que na última década acumulou uma série de fracassos retumbantes de bilheteria e crítica, afinal, foi uma sequência ininterrupta de filmes horríveis, um pior que o outro. Desde o sucesso inesperado de O Sexto Sentido, o diretor teve inúmeras tentativas, todas frustradas, de retomar o sucesso que o alçou ao título de cineasta promissor, que aliás durou muito pouco tempo. Esse filme está sendo considerado o retorno de Shyamalan à boa forma e às pazes com crítica e espectadores. Não é bem assim. Embora seja o melhor filme do diretor desde muitos anos, não é uma obra memorável que o alçará ao status de melhor do ano. Longe disso. Mas é interessante notar como uma boa história, mesmo que bobinha, mas com boas doses de humor e terror, conseguem cativar o público. Acho que ele fez uma ótima opção em criar uma obra que não se levasse tanto a sério, coisa que faltava nas infindáveis indagações e seriedade de seus filmes anteriores. Os diálogos fluem com naturalidade aqui, e os atores - mesmo que desconhecidos do grande público - são muito bons e conseguem dosar com bastante destreza leveza, risos e sustos. A narrativa tem ótimo ritmo, e a questão de distrair o público em relação ao foco nos acontecimentos é outro acerto do diretor. Ele conseguiu captar cenas em lugares lindíssimos e mesclar bem com a escuridão e suspense. É um filme divertido, mesmo sendo de “terror”, e que tem tudo pra agradar aqueles que buscam algo despretensioso (adjetivo que passava longe da descrição da filmografia de Shyamalan). Vejam sem muita expectativa, e percebam que o cara mandou muito bem.