Produção muito boa, imagens frias, locações lindas, o Denzel no papel de um homem aparentemente bastante sensato, solitário, levando uma vida quase monástica, trabalho-amigos-casa-trabalho.
Denzel, sempre no papel de Denzel, está em forma (60 aninhos).
Mas a aparente normalidade do monge negro fica para trás quando ele vê uma jovem prostituta, sendo espancada pelo cafetão russo. O passado na CIA retorna, e ele surge como uma maquina metódica e fria de matar, até então adormecida.
O cara começa eliminando os cafetões da menina, passa para a policia corrupta, enfrenta um hiper bandido cruel pra cacete, e no final está em Moscou, acertando as contas com um mega chefão do crime internacional,... td por causa da jovem prostituta.
O filme seria OK, se não pesasse no maniqueismo.
Os amigos dele são anjos e o pessoal do crime é aquele estereótipo do mal absoluto.
E, para piorar o filme, o final é mais óbvio possível, aquele que deixa os corações felizes.
No fim, ainda tem um gancho para a continuação (dependendo imagino, do resultado das bilheterias).
Aquele que paga o ingresso e também a pipoca e o refrigerante, sabe que vai ficar com o coração apertado durante 90% do filme, mas vai sair 'satisfeito', pois o ingresso garante que o bem sempre deve vencer (deve estar escrito em letras miúdas em algum lugar).
Sem querer entrar na velha discussão,é claro que cinema em geral é também um produto feito para a diversão, tem que garantir o faturamento como resultado (o que significa ter que agradar a massa), e esta sempre foi e sempre será a máxima americana, que todos os produtores no mundo seguem como cartilha, mas eu fico pensando que acabaram jogando o filme (que é bom, não digo o contrário) no valão das coisas esquecíveis, que são descartáveis, como o copo de refri e da pipoca, talvez caracteristica da cultura consumista que mais produz lixo no mundo.
e os russos estão de volta como os vilões nos filmes, depois de tantos filmes com os chineses usando o chapeu preto.
Pra mim, a linha mais clara, é o papel do 'protetor'. Todo mundo quer alguém que o proteja dos perigos, principalmente em tempos difíceis. A jovem quer ser cantora e seguir o caminho do bem, o amigo indiano quer um emprego melhor e segurança para a familia, todos trabalhadores e todos...imigrantes atrás do sonho.
Pode ser mais cliché?