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    O Despertar
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    O Despertar

    MAL DE SHYAMALAN

    por Lucas Salgado

    O Sexto Sentido é um dos melhores suspenses das últimas décadas e foi responsável por lançar ao estrelado o diretor indiano M. Night Shyamalan. O filme, no entanto, acabou gerando uma espécie de maldição às produções do gênero e à carreira do cineasta, que voltou a fazer bons trabalhos como Corpo Fechado, mas que acabou ficando refém da fórmula do final focado na surpresa.

    O Despertar é mais uma produção que sofre do Mal de Shyamalan. Consegue criar uma tensão bem interessante e uma ambientação instigante, mas coloca tudo a perder na busca por um final surpreendente. São tantas explicações e tantas reviravoltas, que é difícil o espectador não se irritar com a conclusão do longa.

    A história gira em torno de Florence Cathcart, que, assombrada pela morte do noivo, resolve dedicar sua vida a investigar supostos casos paranormais, usando a lógica e a ciência para solucioná-los. Convidada Robert Mallory, ela parte para uma escola onde um garoto foi encontrado morto. Os boatos são de que um fantasma assombra o local e ela tentará expor a farsa.

    Como era de se esperar, o caso acaba afetando a protagonista mais do que os que normalmente aceita. Nada no desenvolvimento da narrativa foge o padrão dos filmes de suspense e terror dos últimos anos. Como destacado acima, a ambientação e os cenários são um diferencial, mas não são suficientes para salvar um roteiro falho.

    Rebecca Hall (Vicky Cristina Barcelona) interpreta Florence e o faz com competência, embora o "trauma passado" da personagem não seja interessante ou convincente. Dominic West (Centurião) interpreta o misterioso Robert, mas é muito prejudicado pela falta de conteúdo na construção do papel. A ótima Imelda Staunton (O Segredo de Vera Drake e Harry Potter e a Ordem da Fênix) é, sem dúvida, a intérprete mais desperdiçada no elenco. Ela dá vida à Maud Hill, uma espécie de governanta do colégio que é subaproveitada diante da opção de retrata-la como uma fã dos livros de Florence.

    The Awakening (no original) conta com uma trilha sonora de Daniel Pemberton focada unicamente em fazer um acompanhamento para as cenas de sustos, que são previsíveis na maioria dos casos. Enquanto que a fotografia de Eduard Grau merece elogios, o mesmo não se pode dizer da edição de Victoria Boydell.

    O diretor estreante em longas Nick Murphy demonstra, em alguns momentos, saber conduzir bem um suspense, mas, como também assina o roteiro, não é possível eximi-lo das grandes falhas no desenvolvimento da história.

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