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    Planeta dos Macacos - A Origem
    Críticas AdoroCinema
    4,5
    Ótimo
    Planeta dos Macacos - A Origem

    Eles estão de volta

    por Lucas Salgado

    Se me perguntassem em 2010, jamais apostaria que X-Men: Primeira Classe e Planeta dos Macacos - A Origem seriam dois dos melhores "filmes de verão" de 2011. Os dois projetos pareciam pra lá de oportunistas, buscando apenas ganhar mais um dinheirinho com duas franquias de sucesso, mas felizmente não foi o que aconteceu. São produções com um frescor impressionante, que deram nova vida às histórias e superaram a desconfiança dos fãs e do mercado cinematográfico.

    Deixando o filme dos mutantes de lado - afinal já foi bastante discutido na minha crítica do mesmo - é importante destacar que a história presente em Rise of the Planet of the Apes (no original) já havia sido abordada na franquia, mas de forma diferente e menos eficaz em Fuga do Planeta dos Macacos (1971). Mesmo assim, ao contrário do remake Planeta dos Macacos, de Tim Burton, o novo longa se revela importante para a narrativa da série, podendo ser considerado inclusive o segundo melhor filme sobre a tomada da Terra por macacos, perdendo apenas para o clássico O Planeta dos Macacos.

    A produção conta a história de Will Rodman (James Franco), um cientista que trabalha em um laboratório onde são realizadas experiências com símios na busca pela cura do mal de Alzheimer. Um problema no experimento faz com que Will acolha um macaco, Ceasar, em sua casa e passe a desenvolver sua pesquisa por conta própria. As experiências fazem com que a inteligência do macaco aumente bastante.

    Planeta dos Macacos - A Origem  conta com efeitos especiais de cair o queixo, mas o que torna o longa ainda mais especial é o fato de que a história é colocada em primeiro plano em comparação aos efeitos visuais e às sequências de ação. Sim, temos muita ação na produção, em especial em seu terço final, mas o interessante mesmo é a fase de pesquisas e o desenvolvimento de Ceasar. Trata-se de um filme de ficção científica com pitadas de ação, e não o contrário, que é mais comum.

    Marcado por atuações através de captura de movimento (vide O Senhor dos Anéis e King Kong), Andy Serkis foi o escolhido para interpretar Ceasar, o fazendo obviamente em companhia dos responsáveis pelos efeitos especiais. A presença do ator é tão marcante que deu início a um burburinho de que poderia concorrer ao Oscar 2012. Não acredito que acontecerá, mas também não é justo retirar do ator os méritos na composição do personagem. James Franco também está bem, assim como Freida Pinto (Quem Quer Ser um Milionário?) e John Lithgow (Kinsey - Vamos Falar de Sexo). No elenco principal quem menos se destaca é Tom Felton, mas mais por culpa do personagem do que por causa de sua atuação. Apesar disso, é do eterno Draco Malfoy a fala que faz referência ao clássico de 68: "Get your stinking paws off me you damn dirty ape!" (tire suas mãos sujas de mim seu macaco imundo, na tradução livre). Mesmo sendo a mais direta, esta não foi a única referência ao original, em determinado momento é possível ver uma matéria televisiva que mostra os passageiros da nave do primeiro filme embarcando para sua missão no espaço.

    Composta por Patrick Doyle, a trilha sonora segue bem o ritmo do longa. São temas que não devem ficar marcados na cabeça do espectador e muito menos na história do cinema, mas que funcionam muitíssimo bem durante os 105 minutos de duração. A fotografia de Andrew Lesnie é outro item que merece destaque, seja nas cenas internas ou nas grandes tomadas externas, como na Ponte Golden Gate.

    Dirigido pelo desconhecido Rupert Wyatt, o novo Planeta dos Macacos promete ser o primeiro de uma nova série de filme, nos restando esperar que as continuações sejam tão bem cuidadas quando este. 

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