O terceiro filme de James Bond foi, com certeza, o que garantiu que a franquia do 007 perdurasse por todos esses anos. Claro, os filmes anteriores, "007 Contra o Satânico Dr. No" (1962) e "Moscou Contra 007" (1963), foram ótimos, mas foi "007 Contra Goldfinger" que estabeleceu o que um filme do James Bond deve ser. Se uma pessoa me perguntasse qual filme do James Bond ela deveria ver para se interessar pelo restante da franquia, eu recomendaria este sem pensar duas vezes, pois ele contem todos os "bondismos" que os fãs esperam de um filme do 007: uma trama interessante, boas cenas de ação, um vilão icônico, uma bond girl bonita e intrigante, aparatos, frases memoráveis e, é claro, um James Bond de presença.
Sean Connery no papel de James Bond é absolutamente inesquecível. Ele estabeleceu os padrões do personagem, usando uma masculinidade singular e um cavalheirismo britânico, com um leve toque de cafajeste. Além disso, ele tinha um ótimo humor, mas na hora certa, nada exagerado. O James Bond de Sean Connery é único, memorável, inesquecível e, com certeza, a melhor encarnação clássica do agente.
Foi nesse filme que o pessoal começou a entender do que a franquia se trata, o que ela deve ser. Então, quando uma mulher se apresenta com o nome de Pussy Galore (Honor Blackman) e o Bond fala que deve estar sonhando foi ótimo, pois ele admitiu a estupidez daquele nome e fez com que ele não nos parecesse tão estranho. E quando Oddjob (Harold Sakata) corta a cabeça de uma estátua com o seu chapéu, nós não achamos absurdo ou implausível, pois o filme, desde o início, nos coloca no clima certo para esperar esse tipo de coisa.
"007 Contra Goldfinger" contém um dos melhores vilões da franquia até hoje. Como eu disse antes, os dois filmes anteriores foram ótimos, mas eu senti falta de um antagonista icônico. E Goldfinger foi tudo que eu esperava de um vilão do James Bond. Além disso, foi nesse filme que começaram a aparecer as frases de efeito memoráveis, como, por exemplo, uma das minhas preferidas:
- Você espera que eu fale?
- Não, Sr. Bond, eu espero que você morra!
Ótimas e inesquecíveis falas através desse filme inteiro. E um excelente roteiro também. Se fosse outro filme qualquer, alguns elementos dessa trama pareceriam meio implausíveis, mas o diretor, Guy Hamilton, tinha plena consciência de que algumas das coisas que acontecem no filme não aconteceriam na vida real. Então, ele já prepara o espectador para esse tipo de coisa, usando humor na hora certa e nos apresentando personagens interessantes.
Falando no diretor, "007 Contra Goldfinger" tem a melhor direção da franquia até então. Sim, os dois filmes anteriores tinham ótimas cenas de ação, mas nesse elas parecem muito mais reais. Inclusive, o filme contém uma cena de perseguição melhor do que muitas cenas de filmes de ação atuais. E eu acho isso incrível, pois eles não tinham os recursos e a tecnologia de hoje em dia. Então, eu acho absolutamente fantástico quando uma cena de ação de um filme de 50 anos atrás consegue encher os nossos olhos e criar uma atmosfera imersiva e empolgante.
No final das contas, "007 Contra Goldfinger" não é apenas um dos melhores filmes da franquia do James Bond, mas também um excelente filme de ação, com um protagonista inesquecível, uma trama interessante, um vilão icônico, falas memoráveis, excelentes cenas de ação e ótimo final. Esse filme é um verdadeiro clássico e leva uma merecidíssima nota 5 de 5.