300 - A Ascensão Do Império: Crítica AdoroCinema

Oito anos separam 300 de sua continuação 300 - A Ascensão do Império. Neste meio tempo, muita coisa aconteceu: Zack Snyder foi dirigir O Homem de Aço e continuação; Gerard Butler ganhou muito dinheiro realizando comédias românticas e filmes de ação; Michael Fassbender virou um ator cult super respeitado; e Rodrigo Santoro consolidou sua carreira internacional. Dos quatro, apenas o primeiro e o último mantiveram-se ligados à sequência, Snyder como produtor e roteirista, e Santoro mais uma vez assumiu a pele de Xerxes.

O desconhecido Noam Murro assumiu a função de diretor, mas, seja por insegurança ou falta de personalidade, optou por fazer um cover de Zack Snyder, o que não chega a ser algo ruim para os fãs, que encontrarão no novo longa a câmera lenta e a estilização da violência tão presentes na obra de Snyder.

O filme começa do ponto em que acabou o original, contando um pouco do que se passa antes e depois. Não é bem uma continuação, uma vez que trata-se da mesma guerra, mostrada por outro lado. Enquanto Leonidas e seus 300 enfrentam Xerxes, o líder grego Themistocles (Sullivan Stapleton) é obrigado a proteger sua costa do exército de Artemisia (Eva Green), que lidera as tropas de Xerxes.

Contando a história da origem de Xerxes, o longa não economiza em sangue e cenas de violência, para o deleite dos fãs dos quadrinhos de Frank Miller. O principal diferencial do novo longa é o fato de investir em tomadas noturnas e escuras. O 3D, neste sentido, acaba sendo mais prejudicial do que benéfico. Ainda assim, as tomadas das batalhas marítimas no escuro são realmente impressionantes, por mais que a dinâmica videogame atrapalhe um pouco.

Stapleton cumpre bem a função de substituir Gerard Butler e Rodrigo Santoro consegue um maior destaque, mantendo-se como um Deus-Rei, mas com toda aquela bizarrice um pouco mais contida. Quem se sai muito bem é Eva Green. A bela atriz de Os Sonhadores e 007 - Cassino Royale vai bem nas cenas de batalha e também expõe toda sua sensualidade quando necessário.

Destaque da série Game of Thrones, Lena Headey volta a interpretar a rainha Gorgo, que tem uma participação menos complexa do que no original. Por sinal, quem é fã do primeiro filme tem tudo para gostar da sequência. A história está longe de ser brilhante, mas possui bons efeitos visuais e sequências bem coreografadas de lutas, embora em alguns momentos há um exagero na coreografia. Quem gosta do primeiro 300 em razão dos centenas de homens sarados sem camisa, pode esperar o mesmo desta continuação.

300: Rise of an Empire (no original) conta com uma bela direção de fotografia de Simon Duggan, que já havia se destacado recentemente em O Grande Gatsby. Como destacado, as tomadas em alto mar ficaram realmente impressionantes, ainda mais quando sabemos que tudo foi feito diante de uma tela verde.

Se procura por sangue e suor, este é o longa para você. Mas não espere encontrar muitas lágrimas, afinal está longe de se tratar de uma obra emocionante. Neste sentido, toda tentativa de humanizar os personagens acaba derrapando no fato de que o interesso do público está mais na ação do que na história.