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    O Agente da U.N.C.L.E.
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    O Agente da U.N.C.L.E.

    Não decola

    por Lucas Salgado

    Versão para as telonas de série homônima exibida nos anos 60, O Agente da U.N.C.L.E. é a mais nova tentativa de Guy Ritchie de retomar o sucesso de crítica que alcançou no início da carreira com os brilhantes Jogos, Trapaças e Dois Canos FumegantesSnatch - Porcos e Diamantes. Mas os fãs dos primeiros filmes do diretor devem aceitar que este cara não existe mais. O que encontramos aqui é o Guy Ritchie de Sherlock HolmesSherlock Holmes - O Jogo de Sombras. Assim como os dois filmes estrelados por Robert Downey Jr.Jude Law, U.N.C.L.E. conta com boas cenas de ação, com um bom senso de humor e com a sensação de que ficou faltando alguma coisa.

    The Man from U.N.C.L.E. (no original) conta a história de Napoleon Solo (Henry Cavill), um agente da CIA, que em plena Guerra Fria recebe a missão de resgatar uma mulher misteriosa (Alicia Vikander) da Alemanha Oriental. Lá, ele descobre que os russos também estão de olho na jovem. Após um confronto inicial, Solo é ordenado a trabalhar lado a lado com os russos para investigar um caso, o que gera uma parceria inusitada com Illya Kuriakin (Armie Hammer). A dupla acaba indo para a Itália para investigar uma organização de ex-nazistas que investe no desenvolvimento de uma arma nuclear.

    A trama é bem simples, com poucos momentos empolgantes. O que acaba tornando tudo mais agradável é a ótima química entre o elenco principal. Cavill é o galã e Hammer a força, enquanto que Vikander une os dois elementos e ainda introduz muito mistério. O público não vai se envolver muito com as histórias pregressas e traumas dos personagens, mas deve se divertir quando interagem entre si.

    Ritchie e seu montador James Herbert, que fez um ótimo trabalho recentemente em No Limite do Amanhã, erram com alguns jogos de edição, como nas cenas de ação em que divide a tela em vários quadros, remetendo diretamente aos quadrinhos. O resultado é uma imagem poluída que pouco acrescenta à narrativa. Por outro lado, o diretor acertou em cheio na construção de uma cena de ação em que ele corta completamente o som ambiente para colocar a clássica canção italiana "Che Vuole Questa Musica Stasera?". O resultado é uma sequência que funciona como ação e como comédia, e que ainda é bela tecnicamente. Por sinal, a trilha sonora é um dos destaques da produção.

    O elenco conta ainda com as presenças de Elizabeth DebickiHugh GrantJared HarrisChristian Berkel. Vista recentemente em O Grande Gatsby, Debicki consegue criar uma personagem sexy e ameaçadora, que também se revela muito forte. Já Grant interpreta o britânico carismático, o que não lhe exige muito. Mas ninguém compromete.

    A sensação após conferir o longa é estranha. Não há o que detestar, mas também não há o que amar. Tudo fica muito no meio termo, embora tenhamos elementos promissores. Resta saber se o estúdio dará a oportunidade de termos uma continuação.

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